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Remédios e amamentação: o que você precisa saber
Você que está amamentando precisa saber o que pode e o que deve ser evitado. Este texto explica de forma prática os remédios proibidos e os que costumam ser permitidos, além de plantas e cuidados especiais. A dipirona merece atenção: pode passar para o leite e, em raros casos, causar cianose ou agranulocitose. Antes de tomar qualquer medicamento, converse com seu médico para proteger você e seu bebê.
Principais recomendações rápidas:
- Sempre consulte um profissional de saúde antes de tomar qualquer remédio.
 
- Prefira medicamentos já estudados e pouco excretados no leite.
 
- Evite dipirona se houver alternativa.
 
- Algumas plantas (como confrei, equinácea, ginseng) e certos contrastes radiológicos são contraindicados.
 
- Medicamentos de uso prolongado e alguns antialérgicos exigem orientação e acompanhamento.
 
Como os remédios chegam ao leite e ao bebê
Quando você toma um medicamento, parte pode passar para o leite; isso depende de três fatores:
- Quantidade no sangue materno.
 
- Distribuição do medicamento para o leite (alguns passam pouco, outros muito).
 
- Absorção pelo intestino do bebê (muitos compostos não são bem absorvidos).
 
Ou seja: presença no leite não significa automaticamente efeito no bebê. Avalie sempre benefício versus risco com um profissional.
Antes de tomar qualquer remédio: passos práticos
Antes de usar um medicamento enquanto amamenta:
- Converse com o médico ou profissional de saúde.
 
- Verifique se o remédio é necessário agora ou se pode esperar.
 
- Peça alternativas mais seguras ou doses menores.
 
- Pergunte se é preciso interromper temporariamente a amamentação (casos raros).
 
- Observe o bebê: sonolência, irritabilidade, dificuldade para mamar ou mudança de cor → comunique o médico.
 
Nunca tome remédios por conta própria por indicação de terceiros ou internet.
Regras gerais para escolher medicamentos na amamentação
- Priorize medicamentos bem estudados e de baixa excreção no leite.
 
- Prefira tratamentos de curta duração quando possível.
 
- Evite substâncias com efeitos fortes no sistema nervoso do bebê (sedativos, opióides).
 
- Uso prolongado aumenta o risco de acúmulo no leite.
 
- Sempre pesar benefício para a mãe x risco para o bebê.
 
Medicamentos geralmente evitados enquanto amamenta
Alguns fármacos têm maior potencial de causar problemas:
- Analgésicos/AINEs específicos tóxicos para recém-nascidos.
 
- Antidepressivos ou antipsicóticos potentes sem supervisão.
 
- Sedativos, ansiolíticos e opióides (quando houver alternativas).
 
- Medicamentos que reduzem muito a produção de leite (alguns hormônios).
 
- Contrastes radiológicos com iodo, cobre, gálio, índio ou tecnécio — pode ser necessário interromper a amamentação conforme orientação.
 
Se algum desses estiver na receita, discuta alternativas com seu médico.
Plantas e chás: natural não é sinônimo de seguro
Algumas ervas podem passar substâncias para o leite ou reduzir a produção. Evite:
- Confrei
 
- Equinácea
 
- Ginseng
 
Antes de tomar chás ou suplementos vegetais, consulte quem entende de fitoterapia.
A dipirona (metamizol): o que você deve saber
- A dipirona pode permanecer no leite por até 48 horas.
 
- Em casos raros, foi associada a agranulocitose e cianose.
 
- Muitos profissionais recomendam evitar dipirona durante a amamentação quando houver alternativas.
 
- Se for absolutamente necessária, o médico deve explicar os riscos e monitorar mãe e bebê.
 
Medicamentos considerados mais seguros (com orientação médica)
Exemplos geralmente de menor risco, sempre individualizar com o médico:
- Paracetamol (dor e febre) — uso com doses e duração orientadas.
 
- Alguns antibióticos bem estudados (ex.: amoxicilina), conforme a infecção.
 
- Antialérgicos de segunda geração por curto período (ex.: loratadina) — só com indicação.
 
- Medicamentos para asma por via inalatória.
 
- Hormônios tireoidianos em dose substitutiva.
 
- Antidiabéticos orais ou insulina, conforme prescrição.
 
Mesmo medicamentos seguros exigem prescrição e acompanhamento.
Medicamentos que requerem cuidado especial (ou só em casos específicos)
Podem ser usados quando não há alternativa mais segura:
- Antibióticos menos estudados, se infecção grave.
 
- Analgésicos potentes, por curto período e com supervisão.
 
- Certos psicotrópicos, quando a mãe corre risco sem tratamento (ex.: depressão grave).
 
Plano ideal: menor dose eficaz, tempo curto, monitorização do bebê.
Contraste radiológico e amamentação
Exames com contraste contendo metais (iodo, cobre, gálio, índio, tecnécio) podem requerer interrupção temporária da amamentação dependendo do contraste e da dose. Discuta com o médico do exame e seu médico assistente antes de decidir.
Como monitorar o bebê durante o uso de remédios
Fique atenta a:
- Sonolência excessiva ou dificuldade para acordar.
 
- Dificuldade para mamar ou recusa ao peito.
 
- Irritabilidade ou choro incomum.
 
- Mudança na cor da pele (palidez, pele azulada).
 
- Febre ou sinais de infecção inesperados.
 
- Vômito persistente ou diarreia.
 
Ao notar qualquer sinal, contate um profissional de saúde imediatamente.
Checklist prático antes de aceitar um remédio enquanto amamenta
- Já conversou com o médico?
 
- O remédio é necessário agora ou pode esperar?
 
- Existe alternativa mais segura?
 
- A dose é a menor eficaz?
 
- O plano é por tempo curto?
 
- Alguém vai monitorar o bebê?
 
- Você sabe o que observar e quando procurar emergência?
 
Se muitas respostas forem não, reavalie com seu médico.
Interrupção temporária da amamentação: quando e como
Em poucos casos o médico pode recomendar interromper por algumas horas ou dias (ex.: certos contrastes). Se necessário:
- O médico informará o tempo.
 
- Mantenha a produção com ordenha manual ou bomba para evitar ingurgitamento.
 
- Guarde o leite se indicado; siga orientação sobre descarte ou conservação.
 
Nunca interrompa sem orientação.
Uso prolongado de remédios: riscos maiores
Medicamentos crônicos podem se acumular no leite:
- Faça revisões periódicas com o médico.
 
- Use a menor dose eficaz.
 
- Acompanhe crescimento e desenvolvimento do bebê com o pediatra.
 
Exemplos práticos do consultório
- Cenário 1 — Febre leve/dor: avaliar causa; paracetamol é geralmente a primeira escolha; evitar dipirona quando houver alternativa.
 
- Cenário 2 — Infecção urinária: médico escolhe o antibiótico que trate e seja menos perigoso para o bebê.
 
- Cenário 3 — Exame com contraste: perguntar por alternativas sem contraste e discutir duração da possível interrupção da amamentação.
 
- Cenário 4 — Medicação para depressão: não interromper sem aval; avaliar psiquiatra e pediatra para plano seguro e monitorização.
 
Antialérgicos: loratadina e outros
- Antialérgicos de nova geração (ex.: loratadina) podem ser usados por curto período, mas:
 
- Podem interferir na produção de leite em algumas mulheres.
 
- Devem ser usados somente com prescrição e observação do bebê.
 
Se você já tomou um remédio sem saber que estava amamentando
- Não entre em pânico, mas informe o médico.
 
- Ligue para seu médico ou linha de saúde; informe nome e dose do remédio.
 
- Observe e anote sinais no bebê.
 
- Siga orientações quanto a testes ou afastamento temporário da amamentação.
 
A maioria das exposições acidentais não causa danos graves, mas é importante verificar.
O que os profissionais avaliam
Os médicos consideram:
- Tipo de remédio e características farmacológicas.
 
- Quantidade que pode passar para o leite.
 
- Idade e estado do bebê (prematuro, recém-nascido, >6 meses).
 
- Condição de saúde da mãe e necessidade do remédio.
 
Seja sempre honesta sobre tudo o que toma: remédios, chás, suplementos e produtos tópicos.
Classificações e tabelas de risco
Profissionais usam classificações que indicam:
- Uso preferível durante a amamentação.
 
- Uso com cautela e monitorização.
 
- Evitar por risco para o bebê.
 
Peça ao médico que explique a classificação usada e o motivo da recomendação.
Como conversar com seu médico
Frases úteis:
- Esse remédio é seguro para meu bebê que está sendo amamentado?
 
- Existe alternativa mais segura?
 
- Preciso interromper a amamentação? Por quanto tempo?
 
- Quais sinais devo observar no bebê?
 
Você tem direito a entender riscos e alternativas.
Fontes confiáveis para ler mais
Busque informações em:
- Guias nacionais de amamentação e farmacologia.
 
- Protocolos de sociedades médicas (pediatria, obstetrícia).
 
- Centros de informação toxicológica e de medicamentos.
 
Peça referências claras ao seu médico se quiser estudar mais.
Conclusão
Você está no comando da sua saúde e da do seu bebê. Sempre consulte seu médico antes de tomar qualquer remédio. Prefira medicamentos já estudados e de curta duração, e evite a dipirona quando houver alternativas — ela pode permanecer no leite e causar reações raras. Lembre-se: natural não é sinônimo de seguro; confrei, equinácea e ginseng podem ser perigosos. Observe o bebê para sinais de alerta (sonolência, dificuldade para mamar, cor estranha, irritabilidade) e procure ajuda imediata se ocorrerem. Pese sempre o benefício para você contra o risco para o bebê. Planeje uso necessário com dose mínima, tempo curto e monitorização.
Leia mais em: https://jornalsaudebemestar.com.br
Perguntas frequentes
1) O que não devo tomar enquanto amamento?
- Evite remédios conhecidos por passar muito no leite: contrastes radiológicos (iodo, tecnécio), antialérgicos sedativos, descongestionantes com fenilefrina ou clorfeniramina. Evite plantas como confrei, equinácea e ginseng. Consulte sempre o médico.
 
2) Quais remédios são considerados mais seguros durante a amamentação?
- Paracetamol, ibuprofeno (quando indicado), alguns antibióticos como amoxicilina, medicamentos inalatórios para asma, hormônios tireoidianos e antidiabéticos — todos com orientação médica.
 
3) A dipirona pode ser usada na amamentação?
- É preferível evitar. Pode aparecer no leite por até 48 horas e, raramente, causar reações. Converse com o médico para alternativa segura.
 
4) Quais medicamentos exigem cuidado extra?
- Uso prolongado, quimioterápicos, imunossupressores, alguns contrastes radiológicos e antialérgicos sedativos. Só usar se o médico avaliar que o benefício supera o risco.
 
5) O que devo fazer antes de tomar qualquer remédio enquanto amamento?
- Informe que está amamentando, peça opções com baixa passagem para o leite, use a menor dose eficaz e pelo menor tempo possível, e observe o bebê para sinais de reação.
 





