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Dedo em gatilho: causas, sintomas, diagnóstico e tratamento
Se você sente dor, estalo ou o dedo trava ao mover, este texto explica de forma clara o que é o dedo em gatilho, por que ocorre e como tratar.
Resumo rápido
- Dedo trava ou estala ao mover.
- Movimentos repetitivos, diabetes e doenças inflamatórias aumentam o risco.
- Sintomas: dor na base do dedo, rigidez matinal, nódulo na palma e bloqueio do movimento.
- Diagnóstico por exame clínico; ultrassom confirma o travamento dinâmico.
- Tratamento: medidas conservadoras, infiltração de corticoide ou liberação cirúrgica.
O que é dedo em gatilho
O dedo em gatilho (tenossinovite estenosante) ocorre quando a bainha que envolve o tendão se inflama e estreita, impedindo o tendão de deslizar livremente. O tendão pode ficar preso e, ao liberar-se, provoca estalo; em casos avançados, o dedo fica bloqueado em flexão.
Sintomas principais
- Estalo ao abrir ou fechar o dedo.
- Dor na base do dedo ou na palma.
- Rigidez, principalmente pela manhã.
- Nódulo palpável na palma.
- Dedo que trava ou permanece dobrado.
Causas e fatores de risco
- Movimentos repetitivos que exigem força ou precisão (digitação intensa, uso de ferramentas, musicalidade).
- Doenças metabólicas e inflamatórias: diabetes, artrite reumatoide.
- Idade avançada e predominância em mulheres.
- Histórico de outras tendinites ou predisposição familiar.
Diagnóstico
O diagnóstico é principalmente clínico: o médico avalia o movimento dos dedos, busca estalo, bloqueio e nódulos. Quando necessário, exames de imagem ajudam a confirmar:
- Ultrassonografia: mostra inflamação e permite observar o travamento dinâmico.
- Ressonância magnética: indicada raramente, para diferenciar outras causas ou quando há dúvida diagnóstica.
Tratamentos disponíveis
Opções variam conforme a gravidade:
Opções não cirúrgicas
- Repouso relativo e ajustes nas atividades.
- Órteses (imobilizadores) noturnas para reduzir a tensão.
- Fisioterapia e exercícios de tendon gliding (deslizamento tendinoso).
- Infiltração de corticosteroide na bainha: reduz inflamação e alivia bloqueio; eficácia alta em muitos casos, mas uso deve ser moderado.
Indicação cirúrgica
- Indicada quando o dedo permanece preso, a dor é persistente ou tratamentos conservadores falham.
- Procedimento ambulatorial de liberação (aumenta o espaço da bainha) com bons resultados e recuperação rápida na maioria dos casos.
Reabilitação e exercícios
A fisioterapia ajuda a recuperar mobilidade e prevenir recidivas. Exercícios simples:
- Deslizamento tendinoso: abrir e fechar a mão lentamente.
- Alongamentos de pulso e exercícios de força progressiva sob orientação profissional.
Seguir orientações evita sobrecarga e acelera a recuperação.
Prevenção e ergonomia
Pequenas mudanças reduzem o risco:
- Pausas curtas a cada 20–30 minutos em tarefas repetitivas.
- Ajuste ergonômico do posto de trabalho (altura da mesa, teclado, apoio de antebraço).
- Ferramentas com cabo acolchoado e manutenção de punho neutro.
- Fortalecimento e alongamentos diários para as mãos.
Quando procurar um médico
Consulte um ortopedista ou terapeuta ocupacional se houver dor persistente, estalo frequente, nódulo na palma ou dedo que trava. O diagnóstico precoce aumenta as chances de tratamento não cirúrgico bem-sucedido.
Perguntas frequentes
- Como prevenir se faço movimentos repetitivos?
Ajuste a postura, use ferramentas ergonômicas, faça pausas regulares e realize exercícios de alongamento e fortalecimento.
- Com que frequência devo pausar?
Pausas curtas a cada 20–30 minutos; a cada hora, movimente e estique as mãos por 3–5 minutos.
- Quais exercícios ajudam?
Tendon gliding, abertura e fechamento controlado da mão e alongamento de pulso; siga orientação profissional.
- A infiltração resolve sempre?
Muitas vezes diminui a inflamação e alivia o bloqueio, mas nem sempre evita cirurgia, especialmente em casos crônicos.
- A cirurgia é segura?
Sim. A liberação da bainha tem bons índices de sucesso e é geralmente realizada em regime ambulatorial.
Cuide das suas mãos: prevenção e tratamento precoce fazem grande diferença.





