Boldo pode ajudar sua digestão e fígado mas exige cuidado

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  • Boldo: você conhece? Neste texto veja os principais benefícios para o fígado e a digestão, como preparar o chá, a diferença entre boldo do Chile e boldo brasileiro, possíveis efeitos colaterais e quem deve evitar o uso (ex.: gestantes, crianças). Atenção: o chá não trata a COVID‑19 e não substitui tratamento. Antes de usar, procure orientação médica.
  • Resumo rápido:
  • Ajuda o fígado e melhora a digestão
  • boldo do Chile e boldo brasileiro
  • Pode causar efeitos adversos e alergias
  • Use por curto período e com orientação médica
  • Não cura nem trata COVID‑19

Boldo: o que você precisa saber — olhar direto de repórter

Muita gente diz que boldo resolve tudo. Investiguei para separar o que é evidência, o que é tradição e o que é risco. Abaixo, respostas práticas e diretas — do que é cada espécie até como usar com segurança.

Quem é o boldo e por que virou assunto?

O boldo é usado tradicionalmente para problemas do fígado e da digestão. Há confusão porque diferentes plantas recebem o mesmo nome — isso altera efeitos e riscos. Identificar a espécie é essencial.

Quais são os dois boldos mais comuns?

Item Boldo do Chile Boldo brasileiro (falso boldo)
Nome científico Peumus boldus Plectranthus barbatus (ou P. amboinicus)
Folhas Longas, bordas lisas Mais largas, bordas serradas
Onde aparece Importado; vendido seco Planta de jardim; cresce aqui
Compostos principais Boldina (antioxidante) Forscolina, barbatusina, ácido rosmarínico
Uso Chá, cápsulas, óleo essencial Chá, planta fresca, tintura
Avisos Pode ser tóxico em excesso Também tem riscos e interações

Antes de usar: verifique qual boldo você tem

Saber a espécie evita surpresas. Em pacotes, leia o rótulo; na horta, observe as folhas: borda lisa → provável boldo do Chile; borda serrada → provável boldo brasileiro.

Benefícios investigados (o que a ciência e a tradição sugerem)

Nem tudo tem comprovação robusta, mas há indícios plausíveis:

  • Estimula o fígado: aumenta a produção de bile, ajudando a digerir gorduras.
  • Melhora a digestão: alivia má digestão, azia leve e gases.
  • Estimula a vesícula: facilita liberação de bile (não indicado sem avaliação se há pedras).
  • Alívio de gastrite/azia: alguns alcaloides regulam ácidos estomacais.
  • Regula o intestino: pode reduzir prisão de ventre e gases em doses adequadas.
  • Ação anti‑inflamatória e antioxidante: protege as células do fígado.
  • Atividade antifúngica/antimicrobiana: óleo essencial pode agir contra certos fungos (ex.: Candida) — não substitui tratamento.
  • Calmante leve: aroma e chá ajudam no relaxamento e sono.
  • Ajuda na ressaca: pode acelerar eliminação de acetaldeído, trazendo alívio temporário.
  • Efeito diurético leve: pode somar em planos de emagrecimento, mas não é solução isolada.
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O boldo cura COVID‑19?

Não. Não há evidência científica de que o boldo trate ou previna COVID‑19. Siga tratamento médico e vacinas comprovadas.

Como preparar e usar — passo a passo

Receitas práticas e seguras:

Chá de boldo (receita):

  • Ferva 1 xícara (≈240 ml) de água.
  • Desligue o fogo e acrescente 1 colher de sopa de folhas secas de boldo do Chile ou 2 folhas frescas de boldo brasileiro.
  • Deixe em infusão por 5–8 minutos.
  • Coe e beba. Não ferva as folhas junto (deixa muito amargo).
  • Dose comum: até 1 xícara por dia, por curtos períodos, salvo orientação profissional.

Banho de imersão:

  • Ferva 1 litro de água com algumas folhas por 15 minutos.
  • Coe e misture na água do banho. Imersa por até 10 minutos para relaxamento muscular.

Cápsulas e tinturas:

  • Siga a dosagem do rótulo ou recomendação de fitoterapeuta.
  • Nunca combine tinturas com medicamentos sem consultar o médico.

Quanto tempo usar? (regra prática)

Evite uso contínuo por mais de 30 dias. Se for necessário prolongar, faça pausas (ex.: pare 7 dias) e consulte um profissional.

Efeitos colaterais e sinais de alerta

Use com cautela — sinais de overdose ou reação:

  • Náuseas, vômitos, diarreia
  • Lesão hepática em uso excessivo (especialmente boldo do Chile)
  • Reações alérgicas graves (inchaço, dificuldade para respirar) → buscar emergência
  • Aumento de contrações uterinas → risco de aborto na gravidez
  • Queimação estomacal em uso prolongado do boldo brasileiro
  • Reações cutâneas no uso tópico

Se houver qualquer sintoma adverso, interrompa e procure atendimento médico.

Quem NÃO deve usar boldo

  • Gestantes e mulheres que planejam engravidar
  • Lactantes
  • Crianças
  • Pessoas com pedra na vesícula ou inflamação das vias biliares
  • Quem tem doença hepática ou renal grave
  • Pessoas com hipertensão (consulte antes, especialmente com boldo brasileiro)
  • Alergia a plantas similares

Interações medicamentosas (atenção)

O boldo pode alterar efeitos de vários medicamentos. Consulte seu médico/farmacêutico antes de usar:

  • Antibióticos (ex.: metronidazol)
  • Dissulfiram
  • Calmantes e sedativos (efeito somado)
  • Remédios para pressão arterial
  • Medicamentos cardíacos (ex.: digoxina)
  • Hormônios da tireoide
  • Medicamentos que exigem acidez gástrica (o efeito antiácido pode reduzir absorção)

Diferenças práticas entre os boldos

  • Em saquinhos: confira rotulagem e origem.
  • Na horta: confirme a planta antes de usar.
  • Sabor: boldo do Chile é mais amargo; brasileiro costuma ser mais suave/aromático.

Estudos e evidências

Há estudos sobre boldina e outros compostos mostrando efeitos no fígado e digestão, mas muitos são pequenos ou in vitro. Há indícios, mas faltam grandes ensaios clínicos para várias indicações. Use com prudência.

Mitos e verdades

  • Mito: Boldo cura hepatite. → Verdade: pode proteger, mas não cura; siga tratamento médico.
  • Mito: Boldo mata vírus como o da COVID. → Verdade: sem comprovação científica.
  • Mito: Quanto mais, melhor. → Verdade: excesso pode ser tóxico.
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Como reconhecer produto de boa qualidade

  • Procure rótulos claros com nome científico.
  • Verifique procedência (importado = Peumus boldus; nacional = Plectranthus).
  • Compre em lojas, farmácias ou marcas confiáveis com controle de qualidade.

Passo a passo para decidir usar boldo com segurança

  • Identifique a espécie.
  • Defina o objetivo (digestão, banho relaxante).
  • Consulte profissional se tiver doença ou usar medicamentos.
  • Comece com pequenas doses e curto período.
  • Observe reações; pare se houver sintomas ruins.
  • Evite em gravidez, lactação e em crianças.

Testemunhos (voz de repórter)

Relatos comuns: alívio para náuseas leves, gases e ressaca; dor estomacal em uso prolongado. Efeito varia por pessoa — por isso cuidado.

Onde buscar informações confiáveis

  • Sites oficiais de saúde do seu país
  • Livros e manuais de fitoterapia reconhecidos
  • Profissionais de saúde (médicos, fitoterapeutas)
  • Artigos científicos em revistas médicas

Conclusão

O boldo pode ser aliado da digestão e do fígado se usado com moderação e com identificação correta da espécie (boldo do Chile vs boldo brasileiro). Não é cura milagrosa e não trata COVID‑19. Use doses pequenas (até 1 xícara/dia), por curtos períodos (não mais de 30 dias seguidos sem orientação) e fique atento a efeitos colaterais e interações. Gestantes, lactantes e crianças devem evitar. Em caso de dúvida, procure orientação médica.

Fontes e leitura adicional: sites oficiais de saúde, livros de fitoterapia e artigos científicos.

Perguntas frequentes

  • O boldo ajuda o fígado e a digestão?
    Sim. Estimula a produção de bile e alivia má digestão, gases e prisão de ventre; os efeitos variam conforme a espécie.
  • Como preparar e quanto tomar do chá de boldo?
    Infusão de 5–8 minutos: 1 colher de sopa de folhas secas (boldo do Chile) ou 2 folhas frescas (boldo brasileiro) em 1 xícara de água quente. Até 1 xícara por dia, por curto período.
  • Boldo cura ressaca ou COVID‑19?
    Pode ajudar na ressaca (alívio temporário). Não há evidência de eficácia contra COVID‑19.
  • Quais são os efeitos colaterais e contraindicações?
    Náusea, vômito, diarreia, risco de lesão hepática em excesso, reações alérgicas; contraindicado para grávidas, lactantes, crianças e pessoas com pedras na vesícula ou doença hepática/renal grave.
  • Qual a diferença entre boldo do Chile e o brasileiro?
    Peumus boldus (boldo do Chile) tem boldina, folhas longas e sabor amargo; Plectranthus (boldo brasileiro) tem compostos diferentes (ex.: forscolina) e folhas mais largas. Seus efeitos e riscos variam.

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