Você torceu o tornozelo saiba como tratar, recuperar e evitar nova entorse

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Entorse de tornozelo: guia completo

Você vai entender o que é uma entorse de tornozelo, como reconhecer os principais sinais e sintomas, os tipos e graus da lesão, o que fazer nos primeiros minutos (primeiros socorros), opções de tratamento, quando a cirurgia pode ser necessária e quanto tempo costuma durar a recuperação. No final, dicas práticas de prevenção e reabilitação, com informações do especialista Ricardo Nahas.

  • Entorse: lesão dos ligamentos do tornozelo, comum em esportes e em pisos irregulares
  • Primeiros passos: pare a atividade, aplique gelo, eleve o pé e evite apoiar o tornozelo
  • Tratamento inicial: repouso, imobilização quando indicada e fisioterapia — cirurgia só em casos específicos
  • Prevenção: fortalecimento, propriocepção, calçado adequado e atenção ao piso

O que é uma entorse?

Uma entorse ocorre quando a articulação do tornozelo é forçada além do normal e os ligamentos são esticados ou rompidos. Pode variar de um estiramento leve a ruptura parcial ou completa. Esse dano compromete a estabilidade e, sem tratamento adequado, pode tornar-se crônico.

Principais conceitos:

  • Ligamentos: fibras que estabilizam a articulação.
  • Grau I (leve): ligamentos esticados.
  • Grau II (moderado): ruptura parcial.
  • Grau III (grave): ruptura completa, instabilidade significativa.

Tipos e graus da torção do tornozelo

Tipos (direção do movimento):

  • Inversão: o pé vira para dentro — o mais comum.
  • Eversão: o pé vira para fora — menos comum e geralmente mais sério.
  • Rotacional: giro associado ao deslocamento.

Graus (extensão da lesão):

  • Grau I: dor leve, pouco inchaço, função quase normal.
  • Grau II: dor mais intensa, inchaço e dificuldade para apoiar.
  • Grau III: dor forte, inchaço acentuado, incapacidade de apoiar, possível ruptura total.

Sinais e sintomas

Fique atento a:

  • Dor imediata e localizada.
  • Inchaço rápido ao redor da articulação.
  • Hematoma (mancha roxa) horas após a lesão.
  • Dificuldade para apoiar o pé.
  • Sensação de instabilidade ou não segura.

Se ouviu um estalo e a dor foi muito intensa, a probabilidade de lesão grave aumenta.

Primeiros socorros (o que fazer nos primeiros minutos)

Agir rápido reduz dor e danos:

  • Pare a atividade imediatamente.
  • Aplique gelo por 15–20 minutos, várias vezes ao dia.
  • Faça repouso: evite apoiar o pé.
  • Eleve o membro (acima do nível do coração) para reduzir o inchaço.
  • Use bandagem elástica, tala ou bota leve para suporte.
  • Analgésicos conforme orientação médica.
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Evite massagens fortes e calor nas primeiras 48 horas.

Quando procurar um médico

Consulte um profissional se:

  • Não consegue apoiar o pé.
  • Dor intensa ou deformidade visível.
  • Inchaço e hematoma significativos.
  • Sintomas não melhoram após 48–72 horas de cuidados iniciais.

O médico pode solicitar raio‑X, ultrassom ou outros exames para excluir fratura ou confirmar ruptura ligamentar.

Tratamento conservador (sem cirurgia)

Na maioria dos casos o tratamento é conservador:

  • Gelo, repouso e elevação nos primeiros dias.
  • Medicação: analgésicos e anti‑inflamatórios quando indicado.
  • Imobilização: tala ou bota por dias ou semanas, conforme o grau.
  • Fisioterapia: reabilitação para recuperar força, mobilidade e equilíbrio — fundamental para evitar recidiva.

Cirurgia: quando é necessária

A cirurgia é rara, indicada quando:

  • ruptura completa que não cicatriza com tratamento conservador.
  • Instabilidade crônica persistente após reabilitação.
  • Lesões associadas a ossos ou cartilagem que exigem correção.

Opções cirúrgicas:

  • Reparo aberto: reconstrução do ligamento por incisão.
  • Artroscopia: técnica menos invasiva com pequenas câmeras.

Tempo de recuperação (estimativa)

Grau da entorse Tempo aproximado de recuperação
Leve (Grau I) 1–3 semanas
Moderado (Grau II) 3–8 semanas
Grave (Grau III) 2–6 meses ou mais

Esses prazos são estimativas. Recuperação completa inclui retorno da força, do equilíbrio e da confiança — não volte à atividade intensa apenas quando a dor sumir; aguarde liberação profissional.

Reabilitação: fases e exercícios

Fase inicial (reduzir dor e inchaço)

  • Mobilização suave e exercícios isométricos.
  • Continuação de gelo e elevação.

Fase intermediária (recuperar movimento e força)

  • Alongamentos leves.
  • Fortalecimento da panturrilha, tibial anterior e fibulares.
  • Exercícios com banda elástica e treino de equilíbrio em superfícies estáveis.

Fase avançada (retorno ao esporte)

  • Propriocepção: equilíbrio em superfícies instáveis.
  • Saltos leves e progressivos, mudanças de direção controladas.
  • Treinos que simulem as demandas do esporte.

Siga o plano do fisioterapeuta sem pular etapas.

Prevenção: evitar novas torções

Medidas eficazes:

  • Use calçados adequados para a atividade.
  • Evite superfícies irregulares quando possível.
  • Fortaleça os músculos do tornozelo regularmente.
  • Faça exercícios de propriocepção.
  • Em atividades de risco, use tape ou órtese se já teve entorse.
  • Mantenha gramados e quadras em bom estado.
  • Aqueça e alongue antes de treinar.
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Mesmo quem não é atleta se beneficia dessas medidas.

Dicas práticas para o dia a dia

  • Ao sentir fraqueza no tornozelo, prefira suporte ou bandagem.
  • Verifique o terreno antes de jogar ou correr.
  • Prefira calçados que deem suporte ao subir escadas ou em viagens.
  • Inclua exercícios de equilíbrio na rotina se houver histórico de entorse.

Tabela rápida: sinais a observar e o que fazer

Sinal O que fazer
Dor leve, sem dificuldade para apoiar Gelo, repouso, cuidados em casa
Dor moderada e inchaço Avaliação médica
Impossibilidade de apoiar, dor intensa Atendimento de urgência
Inchaço que não diminui Reavaliação e exames

Perguntas frequentes (respostas diretas)

  • Preciso de raio‑X sempre?
    Nem sempre. O médico decide conforme dor, capacidade de apoio e exame físico.
  • Posso usar salto alto após entorse?
    Evite saltos até recuperar força e estabilidade.
  • Quanto tempo de fisioterapia é normal?
    Varia: de semanas a meses, dependendo do grau e da resposta ao tratamento.
  • Dor persistente é normal?
    Dor prolongada exige reavaliação para excluir instabilidade ou lesões associadas.

Alerta final

Não subestime uma torção. Ignorar pode levar à instabilidade crônica e a novas entorses. Quem pratica esportes deve priorizar o fortalecimento e os exercícios de propriocepção tanto quanto o treino técnico.

Exemplo de rotina preventiva (simples)

  • 3x por semana:
  • 5 min de aquecimento (caminhada leve)
  • 10 min de fortalecimento com elástico (flexão e extensão do tornozelo)
  • 5 min de equilíbrio (ficar em um pé só, progressivamente em superfícies instáveis)
  • Antes de jogos: tape ou tornozeleira se houver histórico de entorse; verifique terreno e calçado

Conclusão

A entorse é uma lesão dos ligamentos que pede atenção imediata. Priorize: pare, gelo, repouso e elevação. Procure médico se a dor for intensa ou se não conseguir apoiar o pé. A fisioterapia é essencial para recuperar força, mobilidade e prevenção de recidivas. Cuide do tornozelo: ele é a base da sua caminhada.

Quer ler mais? Acesse: https://jornalsaudebemestar.com.br

(Informações com base em orientações do especialista Ricardo Nahas.)

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