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Sialorreia: explicação simples e prática
Se você nota baba demais ou incômodo com saliva, este texto explica a sialorreia de forma clara. Aqui você vai entender as causas, quando é excesso de produção ou quando é problema de engolir, opções de tratamento e sinais para procurar ajuda — tudo direto e fácil.
- Sialorreia = excesso de saliva na boca
- Pode ser por produção aumentada ou por dificuldade de engolir
- Causas: problemas na boca, digestão, neurológicas, medicamentos
- Em bebês é comum; em adultos pode atrapalhar socialmente
- Tratamento depende da causa: terapia, medidas locais, medicação, Botox ou cirurgia
Salivação em excesso: o que você precisa saber agora
Sialorreia é o aumento da quantidade de saliva na boca. Normalmente as glândulas produzem entre 0,5 e 1,5 litros por dia. O problema aparece quando a saliva escapa da boca ou quando você não consegue engolir direito. Em bebês é frequente; em adultos pode prejudicar a autoestima e o convívio social.
O que é a sialorreia?
- Aumento do volume de saliva ou incapacidade de mantê‑la dentro da boca.
- Torna‑se problema quando há escapamento frequente ou dificuldade de deglutição.
Por que a saliva é importante?
A saliva:
- ajuda a mastigar e engolir;
- protege os dentes;
- inicia a digestão.
Muito ou pouco de saliva pode indicar alterações no organismo.
Como isso aparece no dia a dia?
Você pode notar:
- baba sem perceber;
- sensação de boca sempre molhada;
- ter de usar lenço ou trocar roupa durante o dia;
- mau hálito por acúmulo de saliva.
Isso pode atrapalhar trabalho, escola e relações pessoais.
Principais mecanismos que levam à sialorreia
Duas rotas principais:
- Aumento da produção de saliva — glândulas produzem mais.
- Diminuição da capacidade de engolir — produção normal, mas a pessoa não consegue engolir nem segurar.
Aumento da produção — causas mais comuns
Causas locais (na boca)
- Infecções dentárias ou gengivais (abscessos).
- Irritação por próteses mal ajustadas.
- Alguns medicamentos que aumentam a salivação.
- Alimentos muito temperados ou ácidos.
Causas sistêmicas
- Distúrbios gastrointestinais (refluxo).
- Doenças neurológicas que alteram a comunicação entre cérebro e glândulas.
- Gravidez (aumento em algumas mulheres).
Causas menos comuns
- Tumores das glândulas salivares (raro).
- Exposição a toxinas.
- Reações a substâncias ou remédios.
Diminuição da capacidade de engolir
O problema pode ser de deglação: saliva produzida normalmente, mas não é engolida.
- Doenças neurológicas (AVC, Parkinson, esclerose).
- Trauma ou cirurgia na face/pescoço.
- Fraqueza dos músculos da boca e garganta.
- Reflexo de engolir lento ou comprometido.
Quando há perda de coordenação, a saliva acumula e escapa — comum em casos crônicos e que exigem avaliação médica.
Quem costuma ter mais esse problema?
- Bebês e crianças pequenas (até cerca de 2 anos é normal).
- Pessoas com doenças neurológicas.
- Usuários de próteses mal ajustadas ou com problemas dentários.
- Pessoas que usam certos medicamentos ou sofreram lesão na cabeça/pescoço.
Sinais de alerta: quando procurar ajuda
Procure um médico se:
- a saliva está constante e não melhora;
- começou após AVC, trauma ou cirurgia;
- há febre, dor de garganta intensa ou dificuldade para respirar;
- a condição prejudica a alimentação ou ocorre infecções frequentes.
Não espere se houver sinais de aspiração (saliva nos pulmões) ou engasgos repetidos — pode ser perigoso.
O que você pode fazer em casa — medidas simples
- Hidrate‑se bem.
- Faça exercícios de movimento facial e deglutição (com orientação de fonoaudiologia).
- Evite alimentos muito ácidos ou salgados que estimulem saliva.
- Use prótese bem ajustada; consulte o dentista.
- Para bebês em dentição, ofereça mordedor gelado (não congelado).
- Mantenha higiene oral para reduzir inflamações.
Essas medidas ajudam, mas nem sempre resolvem todos os casos.
Tratamentos médicos — o que os profissionais costumam oferecer
- Fonoaudiologia
- Treino de deglutição e exercícios para fortalecer boca e garganta. Muito útil quando o problema é de coordenação.
- Medicamentos
- Drogas que reduzem a produção de saliva. Podem causar efeitos colaterais (boca seca, visão turva, prisão de ventre). Avaliação médica é necessária.
- Injeções de toxina botulínica (Botox)
- Aplicadas nas glândulas salivares para diminuir a produção temporariamente. Duração de alguns meses; usado quando outras medidas falham.
- Procedimentos cirúrgicos
- Em casos graves pode ser indicado alterar o fluxo ou remover glândulas. Cirurgias têm riscos e devem ser cuidadosamente avaliadas.
- Tratamento da causa
- Infecção dentária, prótese mal ajustada ou refluxo tratados podem resolver a sialorreia. Em causas neurológicas, o foco é gerenciar a condição principal.
O que o profissional irá avaliar?
- História clínica detalhada.
- Exame da boca e garganta.
- Exames de imagem ou testes neurológicos quando necessários.
- Revisão de medicações que possam causar o problema.
Descrever bem os sintomas ajuda a definir o plano adequado.
Tabela rápida: causas e ações possíveis
| Causa provável | O que pode ser feito |
|---|---|
| Infecção dentária/gengiva | Consulta com dentista; antibiótico se indicado |
| Dentadura mal ajustada | Ajuste com dentista |
| Neurológica (AVC, Parkinson) | Fonoaudiologia; neurologista; medicação |
| Dentição em bebês | Mordedor gelado; supervisão |
| Medicamentos | Rever remédio com médico |
| Problema nas glândulas salivares | Avaliação com especialista; tratamentos locais |
Mitos e verdades
- Mito: “Babadores são sempre sinal de atraso.”
Verdade: Em bebês, babar é geralmente normal. Em adultos, pode ter causas variadas.
- Mito: “Lavar a boca com álcool resolve.”
Verdade: Não faça isso — álcool irrita e piora a situação.
- Mito: “É só um incômodo social.”
Verdade: Pode indicar doença neurológica ou risco de aspiração. Procure avaliação.
Perguntas para levar ao médico
- Qual é a causa provável no meu caso?
- Que exames preciso fazer?
- Quais tratamentos existem e quais os efeitos colaterais?
- O problema tende a ser temporário ou crônico?
- Quando devo procurar ajuda urgente?
Histórias curtas para entender melhor
- João passou a babar depois de um AVC; o fonoaudiologista trabalhou a deglutição e melhorou em meses.
- Maria tinha dor de dente e muita saliva; ao tratar a infecção, a sialorreia cessou.
Cada caso é único — o tratamento depende da causa.
Prevenção — como reduzir o risco
- Cuide da saúde bucal.
- Acompanhe com o neurologista se tiver doença que afete a deglutição.
- Revise seus medicamentos periodicamente.
- Faça manutenção de próteses.
- Ensine crianças a beber e engolir conforme crescem.
Papel da família e dos cuidadores
- Tenha paciência.
- Mantenha higiene constante.
- Busque ajuda profissional quando necessário.
- Evite constrangimentos; ofereça apoio emocional.
- Siga orientações de fonoaudiologia para treinos diários.
Possíveis complicações se não tratada
- Irritação da pele ao redor da boca.
- Infecções secundárias pela umidade constante.
- Risco de aspiração e pneumonia.
- Isolamento social por vergonha.
Por isso, não subestime o problema.
Temporário ou crônico?
- Causas como infecção ou dentição tendem a ser temporárias.
- Doenças neurológicas costumam ser crônicas e exigem controle contínuo.
Terapias complementares que podem ajudar
- Reabilitação com fonoaudiologia.
- Técnicas comportamentais e treinos diários.
- Dispositivos que ajudam a posição da língua ou mastigação.
Consulte sempre profissionais antes de tentar.
O que esperar de um tratamento bem‑sucedido
- Menos episódios de baba.
- Mais conforto ao falar e comer.
- Melhora da autoestima e convívio social.
- Redução de infecções e irritações na pele.
O sucesso depende da causa, do tratamento e do seu empenho.
Resumo rápido
- Sialorreia = excesso de saliva.
- Pode ser por produção alta ou por dificuldade de engolir.
- Em bebês até 2 anos é comum; em adultos, procure avaliação.
- Há medidas caseiras e tratamentos médicos: fonoaudiologia, medicamentos, Botox, cirurgia conforme o caso.
- Procure ajuda se atrapalhar sua vida ou surgir após trauma/AVC.
Conclusão
Sialorreia não é só babar demais: é um sinal de que algo pode estar diferente na produção de saliva ou na capacidade de engolir. Em muitos casos medidas simples — higiene oral, ajuste de próteses, exercícios com fonoaudiologia — trazem alívio. Em outros, há opções médicas como medicação, injeções de Botox ou, raramente, cirurgia. O essencial é identificar a causa e agir. Fique atento aos sinais de alerta (início súbito após AVC/trauma, febre, dificuldade para respirar ou engasgos). Procure ajuda quando necessário e não deixe o problema virar fonte de vergonha.
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Perguntas frequentes
- O que é sialorreia?
Sialorreia é saliva em excesso: ou as glândulas produzem demais, ou a pessoa não engole direito.
- Por que eu babo demais?
Pode ser infecção na boca, refluxo, remédio, dentição ou problema neurológico. Às vezes é temporário.
- Até quando é normal um bebê babar?
Bebês costumam babar até cerca de 2 anos, enquanto ganham controle dos músculos da boca.
- Como é feito o tratamento?
Primeiro trata‑se a causa. Há higiene oral, fonoaudiologia, remédios, toxina botulínica e, em casos raros, cirurgia.
- O que posso fazer em casa agora?
Use mordedor frio para dentição, mantenha a boca limpa, posicione bem a cabeça ao alimentar e procure médico se piorar.





