Suas adrenais e sua saúde o que você precisa saber

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Glândulas adrenais (suprarrenais): como funcionam e por que importam

Você quer entender por que seu corpo reage rápido ao medo ou ao estresse? Conheça as adrenais (ou suprarrenais), pequenas glândulas acima dos rins com duas partes — córtex e medula — que produzem hormônios essenciais para o equilíbrio do corpo. A medula libera adrenalina e noradrenalina em segundos; o córtex fabrica hormônios que atuam por horas, dias ou semanas. Leia e descubra como cuidar delas.

Principais pontos

  • As glândulas adrenais ficam acima dos rins e são envolvidas por uma cápsula fibrosa.
  • Têm camada externa (córtex) e parte central (medula).
  • O córtex usa colesterol para produzir hormônios: aldosterona, cortisol e andrógenos.
  • A medula produz catecolaminas (principalmente adrenalina e noradrenalina).
  • Hormônios adrenais regulam pressão arterial, metabolismo, resposta ao estresse, sais e respostas rápidas do organismo.

As suas glândulas adrenais: por que elas importam para você

As adrenais são pequenas usinas que ajudam seu corpo a reagir a perigos, controlar a pressão e ajustar o metabolismo. Elas trabalham o tempo todo e qualquer desequilíbrio pode gerar sintomas importantes.

Onde estão e como são as adrenais

Você tem duas adrenais, uma acima de cada rim. Medem cerca de 5 cm. A direita tende a ser triangular; a esquerda, em meia-lua. Cada glândula é envolvida por uma cápsula fibrosa. Internamente há duas regiões distintas:

  • Córtex — camada externa, amarelada pelo colesterol; produz hormônios que atuam mais lentamente.
  • Medula — centro menor, libera substâncias que mudam o corpo em segundos (respostas de emergência).

O que o córtex produz (e por que é importante)

O córtex tem três zonas que fabricam hormônios diferentes, como linhas de produção:

Zona glomerulosa

  • Produz mineralocorticoides, principalmente aldosterona.
  • A aldosterona controla sódio, potássio e pressão arterial.
  • Desbalanços alteram a pressão e o equilíbrio de sais.

Zona fasciculata

  • Produz glucocorticoides, sendo o principal o cortisol.
  • O cortisol regula metabolismo, resposta ao estresse, glicose no sangue e o sistema imune.
  • Ajuda a enfrentar doenças, inflamações e situações estressantes.

Zona reticularis

  • Produz andrógenos (como DHEA).
  • Influenciam libido, força muscular e servem de base para hormônios sexuais.

Resumo do córtex (rápido)

Zona Hormônio principal Função principal
Glomerulosa Aldosterona Controla sódio, potássio e pressão
Fasciculata Cortisol Energia, controla estresse e inflamação
Reticularis Andrógenos (DHEA) Apoia hormônios sexuais e libido

O que a medula faz (resposta rápida)

A medula produz catecolaminas:

  • Adrenalina
  • Noradrenalina

Em situações de medo ou perigo elas entram na corrente sanguínea e, em segundos:

  • aumentam a frequência cardíaca;
  • aceleram a respiração;
  • melhoram o foco visual;
  • direcionam sangue para os músculos (resposta fight or flight).

Se essa resposta fica cronicamente ativada, pode levar a hipertensão, tremores e ansiedade.

Comunicação com o resto do corpo: eixo HPA

As adrenais fazem parte do eixo hipotálamo-hipófise-adrenal (HPA):

  • O hipotálamo detecta o estímulo e sinaliza a hipófise;
  • a hipófise libera ACTH;
  • o córtex responde produzindo cortisol.
    Esse circuito ajusta quanto cortisol é necessário; falhas causam excesso ou falta do hormônio.
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Sinais de que algo não vai bem nas adrenais

Problemas podem ser sutis ou óbvios. Veja manifestações comuns por condição:

Insuficiência adrenal (Doença de Addison)

  • Fadiga intensa, perda de peso e apetite;
  • Hipotensão, desejo de comer sal;
  • Por vezes hiperpigmentação;
  • Pode evoluir para crise adrenal (choque, confusão) — emergência médica.

Excesso de cortisol (Síndrome de Cushing)

  • Ganho de peso central (tronco, face arredondada);
  • Estrias roxas, fragilidade óssea, glicemia elevada;
  • Hipertensão, maior risco de infecções.

Feocromocitoma (tumor da medula)

  • Episódios de hipertensão súbita, sudorese intensa, tremores, palpitações e dor de cabeça;
  • Crises intermitentes demandam investigação.

Hiperaldosteronismo

  • Hipertensão resistente, baixos níveis de potássio (fraqueza, câimbras).

Hiperplasia adrenal congênita

  • Causa genética que altera a produção hormonal, podendo afetar crescimento e diferenciação sexual.

Como os médicos testam as adrenais

Exames comuns para investigação:

  • Exames de sangue: cortisol sérico (frequentemente matinal), ACTH, sódio, potássio; renina e aldosterona quando há suspeita de hiperaldosteronismo.
  • Urina: catecolaminas urinárias, metanefrinas (feocromocitoma); cortisol livre em 24 h (Cushing).
  • Testes de supressão/estímulo: dexametasona (supressão) e teste de estimulação com ACTH.
  • Imagem: TC ou RM das adrenais para tumores ou alterações.

Tratamentos: o que esperar

Depende da causa:

  • Insuficiência adrenal: reposicão hormonal (hidrocortisona ou outros glucocorticoides) e, se necessário, fludrocortisona; orientação para ajustar doses em estresse; usar identificação médica.
  • Excesso de cortisol: frequentemente cirurgia (se tumor), medicamentos para reduzir cortisol quando cirurgia não é possível, e tratamento das consequências (pressão, diabetes, osteoporose).
  • Feocromocitoma: geralmente cirurgia; controle pressórico pré-operatório com medicação.
  • Hiperaldosteronismo: cirurgia (se adenoma) ou bloqueadores de aldosterona (ex.: espironolactona).

Situações de emergência — quando agir rápido

  • Crise adrenal: fraqueza extrema, vômitos, dor abdominal, pressão baixa, confusão — requer hidrocortisona IV e fluidos imediatamente; procure pronto-socorro.
  • Feocromocitoma sem tratamento: episódios hipertensivos graves podem causar AVC ou infarto — procurar atendimento urgente se houver pressão muito alta com dor de cabeça, sudorese e palpitações.

Como cuidar das adrenais no dia a dia

Medidas práticas que ajudam:

  • Gerencie o estresse (respiração, sono regular, exercícios moderados, pausas).
  • Alimentação equilibrada: sódio na medida certa, proteínas, frutas e verduras; cuide do potássio (banana, abacate, batata).
  • Evite uso prolongado de corticóides sem orientação (podem suprimir as adrenais).
  • Monitore pressão e glicose com médico.
  • Se tem insuficiência adrenal, carregue kit de emergência com corticoide injetável e identificação médica.

Perguntas úteis para fazer ao médico

  • Qual exame você recomenda para avaliar minhas adrenais?
  • Preciso de tratamento agora ou apenas acompanhamento?
  • Como será o tratamento a longo prazo?
  • O que faço em caso de crise adrenal?
  • Preciso ajustar medicamentos antes de cirurgia ou viagem?
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Mitos e verdades sobre as adrenais

  • Mito: Adrenais só servem para o estresse.
    Verdade: Elas também controlam pressão, sais, metabolismo e hormônios sexuais.
  • Mito: Suplementos naturais curam problemas adrenais.
    Verdade: Muitos não têm evidência; insuficiência exige hormônios prescritos.
  • Mito: Se minhas adrenais estão fracas, tomar cortisol sem receita resolve.
    Verdade: Uso inadequado de corticoide pode prejudicar e causar dependência — siga o médico.

Convivendo com um problema adrenal

Com diagnóstico crônico (Addison, Cushing etc.) há vida após o diagnóstico. Exige acompanhamento regular, educação sobre sinais de alerta, ajuste de medicação em intercurrentes e plano familiar de ação. Muitas pessoas vivem bem com tratamento adequado.

Recapitulando o essencial

  • Você tem duas adrenais, pequenas, mas poderosas.
  • O córtex produz aldosterona, cortisol e andrógenos.
  • A medula libera adrenalina e noradrenalina.
  • Elas regulam estresse, pressão arterial, sais, metabolismo e respostas rápidas.
  • Sintomas como fadiga, mudanças de peso, pressão instável, sudorese excessiva ou palpitações exigem investigação.
  • Diagnóstico: exames de sangue, urina e imagem. Tratamentos: reposição hormonal, cirurgia, medicação ou suporte.
  • Em crise adrenal, procure atendimento imediato.

Conclusão

As adrenais são pequenas usinas que mantêm seu equilíbrio. O córtex age de forma contínua (aldosterona, cortisol, andrógenos) e a medula reage em segundos (adrenalina, noradrenalina). Fique atento a sinais de desequilíbrio e busque avaliação médica quando necessário. Gerencie o estresse, durma bem, alimente-se corretamente e siga orientações médicas sobre corticóides. Com informação e cuidado, é possível conviver bem com problemas adrenais.

Quer se aprofundar? Leia outros artigos em https://jornalsaudebemestar.com.br


Perguntas frequentes (FAQ)

Q: O que são as glândulas adrenais e onde ficam?
A: São duas glândulas pequenas acima dos rins, com córtex externo e medula interna. Essenciais para o equilíbrio hormonal.

Q: Quais hormônios as adrenais produzem e para que servem?
A: Córtex: aldosterona, cortisol, andrógenos. Medula: adrenalina e noradrenalina. Regulam pressão, glicemia, resposta ao estresse e energia.

Q: Quais são os sinais de que as adrenais podem estar doentes?
A: Fadiga intensa, perda de peso, pressão baixa, fraqueza, ganho de peso central, rosto arredondado, suor excessivo e palpitações.

Q: Como se faz o diagnóstico e o tratamento de problemas nas adrenais?
A: Diagnóstico com exames de sangue, urina e imagem (TC/RM). Tratamento varia: reposição hormonal, cirurgia ou medicação conforme a causa; endocrinologista é o especialista indicado.

Q: O que posso fazer para manter minhas adrenais saudáveis?
A: Controle do estresse, boa qualidade do sono, alimentação equilibrada e evitar corticoides sem orientação. Procure médico se os sintomas persistirem.

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