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Discopatia degenerativa da coluna: o que você precisa saber
Se você sente dor na coluna ou quer entender por que os discos se desgastam, este texto explica de forma direta o que é a discopatia degenerativa da coluna, suas causas, sintomas, como é feito o diagnóstico e as opções de tratamento — desde medidas conservadoras até procedimentos minimamente invasivos e cirurgia.
Principais pontos
- Discopatia degenerativa é o desgaste dos discos intervertebrais que pode provocar dor e limitação de movimento.
- Causas: envelhecimento, genética, traumas, sobrecarga e hábitos como tabagismo.
- Nem toda degeneração causa dor; o diagnóstico integra exame clínico e imagem.
- Tratamentos variam de fisioterapia e exercício a infiltrações, técnicas percutâneas e cirurgia.
- A atividade física orientada e o acompanhamento médico melhoram a qualidade de vida.
O que é a discopatia degenerativa da coluna
O disco intervertebral tem um núcleo gelatinoso (núcleo pulposo) e um anel fibroso (ânulo). Com o envelhecimento e outros fatores, o disco perde água e altura, altera a biomecânica da coluna e fica mais suscetível a fissuras, protrusões e hérnias. As regiões mais afetadas costumam ser a lombar e a cervical, que suportam maior carga e movimento.
Causas e fatores de risco
Vários fatores contribuem para a degeneração discal:
- Idade avançada.
- Sobrecarga mecânica (trabalho, esportes, postura inadequada).
- Lesões ou microtraumas repetidos.
- Tabagismo e má nutrição.
- Predisposição genética.
A combinação desses fatores acelera a perda de elasticidade e a desidratação do disco.
Sintomas
Os sinais variam conforme o nível e a gravidade:
- Dor localizada que piora com movimento.
- Rigidez e redução da amplitude de movimento.
- Dor irradiada (ciática ou dor braquial) quando há compressão nervosa.
- Formigamento, perda de força ou alteração sensitiva em membros.
Importante: muitas pessoas apresentam alterações discais em exames sem sintomas clínicos.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico combina história, exame físico e exames de imagem:
- Radiografia (alinhamento, perda de altura discal).
- Tomografia (estrutura óssea).
- Ressonância magnética (detalhes do disco, protrusões, compressão radicular).
Esses achados ajudam a diferenciar discopatia degenerativa de hérnia de disco e a planejar o tratamento.
Tratamentos disponíveis
A escolha terapêutica depende da dor, do impacto funcional e dos achados de imagem. Em geral seguem três abordagens:
1) Tratamento conservador
Primeira linha para a maioria dos pacientes:
- Fisioterapia e exercícios de fortalecimento do core.
- Medicamentos analgésicos e anti-inflamatórios conforme indicação médica.
- Orientação postural, perda de peso quando necessária e cessação do tabagismo. Estudos mostram que 60–80% dos pacientes melhoram com medidas conservadoras.
2) Tratamentos intervencionistas e minimamente invasivos
Indicados quando a dor persiste apesar do tratamento conservador:
- Infiltrações (por exemplo, epidurais ou facetárias) para reduzir inflamação.
- Procedimentos percutâneos guiados por imagem, com sedação leve e alta no mesmo dia. Esses atos costumam durar entre 30 e 60 minutos e visam alívio localizado.
3) Tratamento cirúrgico
Indicada em casos de compressão neural severa, déficit neurológico progressivo, síndrome da cauda equina ou falha prolongada de tratamentos não cirúrgicos:
- Descompressão de raízes nervosas.
- Artrodese (fusões) ou, em casos selecionados, substituição discal. A decisão é individualizada e feita por especialista em coluna.
Prognóstico e qualidade de vida
Com tratamento adequado muitos pacientes controlam a dor e retomam atividades. Exercícios regulares, reabilitação e acompanhamento reduzem o risco de piora. Terapias regenerativas estão em estudo, mas ainda são consideradas experimentais.
Perguntas frequentes
- A discopatia degenerativa tem cura?
Não há cura completa; é um processo degenerativo natural. Porém, sintomas e função costumam ser controlados com tratamentos.
- A discopatia degenerativa sempre causa dor?
Não. Muitas pessoas têm alterações discais sem dor clínica. A dor depende de inflamação local, compressão nervosa e capacidade muscular de compensação.
- Qual a diferença entre discopatia degenerativa e hérnia de disco?
Discopatia é o desgaste e desidratação do disco ao longo do tempo. Hérnia é o extravasamento de material discal que pode causar dor irradiada aguda. A degeneração aumenta o risco de hérnia, mas não a garante.
- Quais exercícios evitar com discopatia lombar ou cervical?
Evite: flexões profundas do tronco, levantamento de cargas sem técnica, rotações com carga, movimentos bruscos do pescoço e postura de cabeça projetada. Prefira hidroterapia, pilates adaptado, caminhada e fortalecimento do core orientado por profissional. - Quando procurar um especialista em coluna?
Procure se houver perda de força, dormência persistente, dor incapacitante ou piora progressiva apesar do tratamento conservador.
Conclusão
A discopatia degenerativa da coluna é um processo de desgaste discal comum com várias opções de manejo. A maioria responde bem a medidas conservadoras, reabilitação e mudanças de hábitos. Em casos selecionados, intervenções minimamente invasivas ou cirurgia podem ser necessárias. Se a dor limitar suas atividades ou houver sinais neurológicos, procure um especialista em coluna.