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Herpes simples: o que é, sintomas, transmissão e o que fazer
Se você já teve ou teme ter herpes simples, este texto explica de forma direta o que é e por que aparecem as bolhas. Você vai entender a transmissão por contato direto, por que o vírus fica latente e volta em recidivas, e quais são os principais sintomas (coceira, ardor, formigamento). Também abordo crianças (estomatite herpética), antivirais e recomendações práticas para aliviar surtos e reduzir recorrências.
- Causado por dois tipos do vírus herpes humano: HSV‑1 e HSV‑2.
- Provoca bolhas agrupadas nos lábios, genitais ou outras áreas.
- Transmite-se por contato direto com lesões, saliva ou mucosas.
- Pode ficar latente nos nervos e reativar por gatilhos (estresse, sol, cansaço).
- Antivirais reduzem duração e intensidade; vacinas ainda em desenvolvimento.
O que é o herpes simples?
Herpes simples é uma infecção viral causada por HSV‑1 e HSV‑2. Em termos práticos:
- HSV‑1: mais comum na boca e lábios.
- HSV‑2: mais comum na área genital.
Ambos podem infectar boca ou genitais. O vírus entra nas células da pele e nas terminações nervosas e pode permanecer adormecido (latência) por tempo indeterminado.
Como você pega herpes?
A transmissão ocorre por contato direto entre:
- lesões ou bolhas cheias de líquido;
- saliva;
- pele ou mucosa de pessoa com vírus ativo.
Objetos que tocaram lesões (copos, batom) oferecem risco menor, mas existe. No herpes genital, a transmissão é frequente durante o contato sexual.
Sinais e sintomas — o que aparece primeiro
Antes das bolhas, geralmente há sinais locais:
- coceira
- ardor
- formigamento
- sensação de agulhadas
Depois surgem pequenas bolhas agrupadas com líquido, que rompem e formam crostas. O surto costuma durar cerca de uma semana, variando por pessoa. Na primeira infecção pode haver mais dor, febre e mal‑estar; recidivas tendem a ser mais leves.
Herpes em crianças: estomatite herpética
Crianças pequenas podem ter estomatite herpética, com feridas dolorosas na boca que atrapalham a alimentação. Pode ser confundida com aftas, mas costuma ser mais extensa e dolorosa. Procure orientação médica se a criança apresentar febre alta, recusa alimentar ou muita dor.
Por que o herpes volta? Entenda a latência
O vírus se instala nos gânglios das terminações nervosas e fica em latência. Fatores que podem reativá‑lo:
- estresse
- exposição ao sol
- cansaço extremo
- febre ou infecção viral
- alterações hormonais
- trauma local na pele
Quando reativado, o vírus retorna pela fibra nervosa até a pele ou mucosa e causa novo surto.
Diferenças práticas entre HSV‑1 e HSV‑2
Característica | HSV‑1 | HSV‑2 |
---|---|---|
Local mais comum | Lábios e boca | Região genital |
Transmissão | Beijo, saliva, contato oral | Sexo genital, contato íntimo |
Recidivas | Podem ocorrer; menos frequente em genital | Recidivas mais comuns na região genital |
Primeira infecção | Pode causar estomatite em crianças | Pode ser mais dolorosa na primeira vez |
(Observação: ambos podem infectar boca ou genitais; tabela mostra tendências.)
O que fazer quando você tem um surto
Aja rápido:
- Procure um profissional de saúde para avaliar.
- Se indicado, inicie antivirais orais (aciclovir, valaciclovir, famciclovir) nas primeiras 48–72 horas.
- Mantenha as lesões limpas e secas; evite tocar.
- Não compartilhe objetos pessoais (talheres, copos, toalhas, batom).
- Evite relações sexuais até a cicatrização completa das lesões.
Medicamentos e tratamentos
Os antivirais bloqueiam a multiplicação viral e reduzem dor e duração do surto, especialmente se iniciados cedo. Em surtos muito frequentes, o médico pode recomendar terapia supressiva diária. Medidas de suporte úteis:
- analgésicos para dor;
- compressas frias para aliviar ardor;
- cremes ou pomadas indicados pelo médico.
Nunca se automedique sem orientação.
Vacinas — há chance de prevenção total?
Pesquisas buscam vacinas preventivas e terapêuticas, mas nenhuma é 100% eficaz até agora. A prevenção atual baseia‑se em evitar exposição durante surtos e medidas de proteção.
Recomendações práticas para o dia a dia
- Use preservativo nas relações para reduzir risco (não elimina totalmente).
- Evite contato íntimo com lesões visíveis.
- Não compartilhe objetos que toquem a boca.
- Controle gatilhos: durma bem, reduza estresse, proteja do sol.
- Em crianças, evite beijar a boca do bebê se houver ferida ativa.
- Profissionais de saúde ou de alimentação devem informar se tiverem lesão ativa.
Mitos que você precisa descartar
- Mito: Herpes tem cura definitiva. — Não. O vírus permanece no corpo.
- Mito: Só pessoas promíscuas pegam herpes. — Qualquer pessoa exposta pode ser infectada.
- Mito: Sem bolhas não há risco. — Há transmissão assintomática possível.
- Mito: Objetos sempre transmitem. — Risco por objetos é menor; contato direto é a principal via.
Perguntas que você pode fazer ao médico
- Este surto é HSV‑1 ou HSV‑2?
- Preciso de exame (cultura, PCR, sorologia)?
- Devo iniciar antivirais agora?
- Quanto tempo evitar relações sexuais?
- Preciso de tratamento tópico ou supressivo?
- Há risco para meus parceiros ou filhos?
Herpes e gravidez
Se estiver grávida, informe seu obstetra. O herpes genital ativo no parto pode transmitir o vírus ao recém‑nascido (risco sério). Dependendo do caso, pode haver indicação de cesariana ou terapia profilática na gestante.
Quando procurar emergência
Procure atendimento imediato se:
- lesões se espalham muito;
- sinais de infecção secundária (febre alta, pus);
- recém‑nascido com sinais suspeitos;
- perda de visão ou sintomas oculares;
- imunossupressão grave (HIV, imunossupressores).
Nesses casos podem ser necessários antivirais intravenosos.
Herpes ocular — não subestime
Herpes nos olhos pode causar dor, sensação de corpo estranho, vermelhidão e visão embaçada. Procure oftalmologista imediatamente para evitar perda visual.
Dicas para aliviar dor e desconforto
- Compressa fria sem pressionar.
- Analgésicos conforme orientação.
- Evitar roupas apertadas na área genital.
- Manter hidratação e repouso.
- Não estourar as bolhas — deixe romper naturalmente.
O que parceiros devem saber
Seja transparente com seu parceiro. Recomendações:
- usar preservativo reduz risco;
- evitar contato durante surtos;
- seguir orientação médica;
- considerar exames e acompanhamento quando houver dúvidas.
Um relato curto (em segunda pessoa)
Você sente formigamento no lábio, no dia seguinte aparece uma bolha. Vai ao médico, inicia antivirais nas primeiras 48 horas e melhora. Dias depois um gatilho (sol) provoca pequeno formigamento; você age rápido e evita transmitir para a família. Com atenção, o impacto é reduzido.
Resumo prático
- Causado por HSV‑1 e HSV‑2.
- Lesões: bolhas agrupadas em lábios, genitais ou pele.
- Transmissão por contato direto; existe transmissão assintomática.
- Vírus fica latente nos nervos e pode reativar.
- Antivirais reduzem tempo e intensidade, sobretudo se usados cedo.
- Vacinas ainda não são 100% eficazes.
- Procure emergência para lesões oculares, recém‑nascido, febre alta ou imunossupressão.
Checklist rápido
- [ ] Evitar contato direto com lesões ativas.
- [ ] Procurar médico ao primeiro sinal.
- [ ] Iniciar antivirais se indicado.
- [ ] Evitar relações sexuais enquanto houver lesões.
- [ ] Não compartilhar objetos de higiene ou boca.
- [ ] Controlar gatilhos (estresse, sol, sono).
- [ ] Buscar atendimento urgente em casos graves.
Conclusão
O herpes não é incontrolável: reconheça os sinais, evite exposição durante surtos e consulte um médico para tratamento com antivirais quando necessário. Proteja parceiros e crianças e procure emergência se houver olhos afetados, recém‑nascido sintomático ou imunidade muito baixa. Informação, prevenção e tratamento mantêm o vírus sob controle.
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Perguntas frequentes (FAQ)
- O que é herpes simples?
Herpes simples é infecção pelos vírus HSV‑1 ou HSV‑2, que formam bolhas em boca ou genitais e podem voltar em recidivas.
- Quais são os sintomas?
Coceira, ardor, formigamento e bolhas cheias de líquido que rompem e formam crostas. No genital pode haver dor ao urinar e febre; em crianças, estomatite.
- Como se transmite?
Pela pele ou mucosa em contato direto com lesões; beijo, sexo oral/genital e, menos frequentemente, objetos que tocaram lesões. Há transmissão assintomática.
- Como é o tratamento?
Antivirais orais (aciclovir, valaciclovir, famciclovir) reduzem dor e duração. Há tratamento sintomático e terapia supressiva para casos frequentes.
- Como prevenir recidivas?
Evitar contato com lesões, usar preservativo, identificar e controlar gatilhos (estresse, sol), e considerar tratamento profilático se indicado pelo médico. Vacinas ainda em estudo.