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Você anda dormindo mal e pensa em tomar melatonina como solução rápida. Aqui você vai entender para que ela serve e como usar com segurança. Você verá para quem a melatonina é indicada, quais os riscos da automedicação e o que a Anvisa diz — além de por que o uso inadequado pode atrasar um diagnóstico de problemas do sono. Informação prática para decidir com cuidado.
- Melatonina é o hormônio que sinaliza ao corpo quando descansar
- Luz de telas e vida moderna atrasam sua produção e atrapalham o sono
- Anvisa liberou suplementos em dose baixa, mas não é solução para toda insônia
- Automedicação pode causar efeitos colaterais e interações perigosas
- Use somente com orientação médica para evitar atrasos no diagnóstico de doenças do sono
Melatonina: o que você precisa saber sobre uso, riscos e regras
Muitos brasileiros dormem mal e a melatonina virou uma alternativa fácil. Desde outubro de 2021, suplementos com até 0,21 mg podem ser vendidos sem receita. Especialistas alertam, porém, que o hormônio não é solução universal e seu uso sem orientação pode trazer riscos e atrasar diagnósticos.
Principais pontos: disponibilidade e advertências
Você pode encontrar melatonina em lojas e farmácias como suplemento. Pesquisadores e médicos dizem que a substância só é indicada em alguns casos específicos. O consumo sem avaliação clínica pode mascarar doenças do sono e interagir com outros remédios.
Por que a melatonina existe e como funciona
A melatonina é um hormônio produzido pela glândula pineal que sinaliza ao corpo quando é hora de dormir e quando estar alerta. A produção depende da luz: durante o dia ela fica baixa; à noite, aumenta. A luz de telas pode atrasar essa liberação e prejudicar o sono.
Para quem a melatonina é indicada
Considere a melatonina com orientação médica se houver comprovação de baixa produção do hormônio (hipomelatoninemia). Também é indicada em distúrbios do ritmo circadiano e para jet lag. Pesquisadores da USP ressaltam que a melatonina não é tratamento padrão para insônia crônica nem para apneia do sono.
Tratamentos recomendados para insônia e apneia
Para insônia, a terapia cognitivo-comportamental e mudanças de hábitos noturnos são o tratamento preferido. Em apneia, médicos especializados avaliam causas como obesidade ou alterações anatômicas e propõem tratamento multidisciplinar. A melatonina não substitui essas abordagens.
Efeitos colaterais e interações
A melatonina geralmente provoca poucos efeitos, mas pode causar sonolência diurna, dor de cabeça, tontura e náusea. Estudos apontam riscos importantes em combinação com outros medicamentos: uso conjunto com hipnóticos foi associado à piora de memória e força muscular; há também evidências de redução na coagulação sanguínea, aumentando o risco de sangramento em quem usa anticoagulantes.
Risco de atrasar diagnóstico
A facilidade de acesso pode levar ao uso de melatonina sem investigar a causa do sono ruim. Existem dezenas de distúrbios do sono catalogados internacionalmente. Tomar um hormônio sem orientação pode retardar a identificação de problemas como apneia, transtornos neurológicos ou endocrinológicos.
O que diz a Anvisa
A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou a venda de suplementos de melatonina para maiores de 19 anos, limitando o consumo diário a 0,21 mg por dose. A agência avaliou segurança e eficácia para esse uso, mas não detalhou como será o monitoramento do consumo ou da qualidade dos produtos no mercado.
Conclusão
A melatonina pode ser um atalho para noites melhores, mas não é bala de prata. A autorização da Anvisa para doses muito baixas (até 0,21 mg) não elimina riscos. A automedicação pode mascarar problemas e atrasar um diagnóstico importante. Procure ajuda quando o sono é crônico, há ronco alto, pausas na respiração ou sonolência diurna — sinais que podem apontar apneia ou outros distúrbios. Na maioria dos casos, terapia cognitivo-comportamental e mudanças de hábitos noturnos trazem mais resultado a longo prazo. Em resumo: a melatonina pode ajudar, mas use com cuidado e sob supervisão médica.
Perguntas frequentes
O que a Anvisa autorizou sobre a melatonina?
A Anvisa liberou suplementos com até 0,21 mg por dose para maiores de 19 anos. Não precisa de receita. Ainda não há regras claras sobre fiscalização e monitoramento da qualidade dos produtos.
Por que não devo me automedicar com melatonina?
É um hormônio que pode afetar diversas funções do corpo. Usar sem orientação pode esconder problemas reais e causar efeitos indesejados ou interagir com outros medicamentos.
Para quem a melatonina é indicada?
Pessoas com produção baixa do hormônio (hipomelatoninemia), distúrbios do ritmo circadiano e jet lag, sempre sob supervisão médica. Não é tratamento padrão para insônia crônica ou apneia.
Quais são os principais riscos de usar sem orientação?
Sonolência diurna, dor de cabeça, tontura e náusea. Interações com anticoagulantes e outros remédios; possível piora de memória e força muscular com hipnóticos; e atraso no diagnóstico de condições subjacentes.
Como saber se devo procurar um médico em vez de tomar melatonina?
Procure um especialista se o problema de sono for crônico, severo ou afetar o dia a dia. Ronco alto, pausas na respiração ou sonolência extrema pedem avaliação médica. Nunca trate sintomas persistentes apenas com suplemento.





