Ouça este artigo
Lesões por excesso de exercício: como evitar, identificar e tratar
Você treina duro e sente uma dor que não passa? O excesso de exercício pode causar lesões por microtraumas — pequenos danos acumulados em tendões, ossos e músculos. Tendinopatias, fraturas por estresse, síndrome compartimental e periostite (canelite) são exemplos frequentes. Muitas vezes essas lesões podem ser evitadas com treino bem dosado, aquecimento e escuta do corpo. Se a dor persistir, procure um especialista.
- Muitas lesões vêm do excesso de treino e da falta de recuperação
- Microtraumas repetidos causam dor e perda de função
- Fatores de risco: lesões antigas, técnica ruim, desequilíbrio muscular e calçados inadequados
- Procure médico ou fisioterapeuta se a dor não melhorar
- Previna com aquecimento, progressão gradual e atenção aos sinais do corpo
Por que o excesso aumenta o risco
Relatos clínicos indicam que cerca de metade das lesões esportivas está ligada ao uso excessivo. Problemas por sobrecarga aparecem, em atendimentos iniciais, em média o dobro das lesões agudas. Treinos muito longos, aumento rápido do volume ou intensidade elevam o risco.
Como essas lesões surgem
São lesões por microtrauma: pequenos danos que se acumulam quando não há tempo suficiente para recuperação. Com o tempo aparecem dor, perda de função e limitações na atividade.
Quem está mais exposto
Maior risco se você:
- Já teve lesões anteriores
- Corre ou caminha mais de 32 km por semana
- Tem desequilíbrio muscular ou pouca flexibilidade
- Apresenta fraqueza ou instabilidade articular
- Tem pés com arco muito elevado
- Usa técnica inadequada ou equipamento incorreto
- Aumenta a duração/intensidade do treino de forma brusca
Lesões mais comuns
- Tendinopatias (lesão nos tendões)
- Fraturas por estresse
- Síndrome compartimental
- Periostite (canelite)
Entre corredores, as lesões concentram-se principalmente em perna, tornozelo e pés — cerca de 20% na perna e 15% em tornozelo e pés, em dados de serviços de atendimento inicial.
Diagnóstico
Começa com história clínica e exame físico. Exames de imagem (radiografia, tomografia, ressonância) são usados quando necessário para confirmar o diagnóstico e orientar o tratamento.
Tratamento e retorno à atividade
Procure um especialista se os sintomas não melhorarem. O profissional pode:
- Aliviar a dor e reduzir a inflamação
- Reajustar o plano de treino
- Indicar fisioterapia, fortalecimento e alongamento
- Orientar a progressão gradual do retorno à atividade
A retomada deve ser gradual, monitorada e individualizada.
Prevenção prática
- Aqueça antes de treinar e faça desaquecimento depois
- Siga a regra de aumentar carga em até 10% por semana
- Inclua força e exercícios de estabilidade na rotina
- Trabalhe mobilidade e flexibilidade regularmente
- Use calçados adequados e troque-os quando desgastados
- Respeite sinais de dor persistente e programe dias de recuperação
Quando procurar um especialista
Consulte um médico ou fisioterapeuta se:
- A dor é intensa ou aumenta com o tempo
- Há inchaço, perda de função ou fraqueza persistente
- Suspeita de fratura por estresse
- O sintoma não melhora com repouso e cuidados básicos
Quanto antes for avaliada uma lesão por sobrecarga, melhores as chances de recuperação rápida e sem sequelas.
Conclusão
Não trate dor persistente como mero incômodo: pode ser sinal de sobrecarga e microtrauma. Descanso e recuperação são parte do treino. Pequenos ajustes — aquecimento, progressão gradual, fortalecimento e calçados adequados — evitam problemas maiores. Se a dor persiste, procure um especialista cedo.
Perguntas frequentes
- O que são lesões por excesso de uso?
Danos que surgem gradualmente por repetição e falta de recuperação — ex.: tendinopatia, fratura por estresse, canelite.
- Quais os sinais de alerta?
Dor que aparece aos poucos e piora com treino, inchaço, fraqueza ou perda de função. Se não melhora com descanso, procure avaliação.
- Como prevenir?
Aumente o volume devagar (até 10% por semana), descanse, fortaleça, alongue e use técnica e calçados corretos.
- Quem tem mais risco?
Pessoas com histórico de lesão, corredores de alta quilometragem (>32 km/semana), desequilíbrios musculares ou pés com arco acentuado.
- Quando procurar um médico?
Se a dor é intensa, não melhora em dias, existe inchaço grande, perda de função ou suspeita de fratura. Um especialista orienta diagnóstico e tratamento.