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Artrite: o que é, sintomas, diagnóstico e tratamento
Você sente dor nas articulações e quer saber se é artrite? Aqui você verá de forma clara o que é a doença, os principais sintomas, como é feito o diagnóstico e quais são os tratamentos. Saiba também sobre os tipos, as causas, quando procurar um reumatologista e como medicamentos, exercícios e mudanças no estilo de vida podem ajudar a buscar a remissão.
- Artrite é inflamação nas articulações que causa dor e rigidez.
- Há muitos tipos, com causas como desgaste e respostas do sistema imune.
- Sintomas comuns: dor, inchaço, vermelhidão e dificuldade de movimento.
- O médico faz exame físico e pode pedir exames de imagem e sangue.
- Tratamento combina medicamentos, exercícios, fisioterapia e mudanças de hábitos.
Artrite: o que você está sentindo e por quê
Acordou com dor nas juntas ou notou a mão, o joelho ou o tornozelo inchado e rígido? Pode ser artrite. Abaixo explico de forma direta o que é, por que acontece, como confirmar e o que você pode fazer agora para melhorar sua qualidade de vida.
Quando você deve prestar atenção agora
Procure um médico se houver:
- Dor persistente por mais de alguns dias;
- Inchaço visível, calor ou vermelhidão na articulação;
- Febre junto com dor nas juntas;
- Dificuldade para utilizar o membro como antes;
- Dor após uma lesão significativa.
Esses sinais podem indicar algo simples ou uma condição que exige tratamento rápido.
O que é artrite? Explicação simples
Artrite é a inflamação de uma ou mais articulações — pontos onde dois ossos se encontram. Pode causar:
- Dor, rigidez e perda de movimento;
- Pele ao redor vermelha e quente;
- A inflamação pode afetar cartilagem, ossos, cápsula articular e ligamentos.
Se tratada cedo, a articulação pode voltar ao normal. Muitas vezes, porém, a artrite é crônica.
Por que a artrite aparece? Causas comuns
As causas incluem:
- Desgaste com a idade (osteoartrite);
- Doenças autoimunes (ex.: artrite reumatoide);
- Infecção na articulação (artrite séptica);
- Acúmulo de cristais (gota, pseudogota);
- Lesões repetidas ou trauma;
- Fatores genéticos;
- Obesidade, que aumenta a carga nas articulações.
Cada causa exige abordagem específica — por isso o diagnóstico é essencial.
Principais tipos de artrite (os que você deve conhecer)
Existem mais de 100 formas, mas as mais comuns são:
- Osteoartrite (OA): desgaste; joelhos, quadris, mãos e coluna.
- Artrite reumatoide (AR): autoimune; costuma ser simétrica.
- Gota: crise súbita e intensa, frequentemente no dedão do pé.
- Artrite psoriásica: associada à psoríase.
- Artrite séptica: por bactéria ou microrganismo.
- Artrite juvenil: afeta crianças e adolescentes.
- Espondilite anquilosante: atinge principalmente a coluna.
Tabela comparativa rápida:
Tipo | Idade comum | Sintoma chave | Causa |
---|---|---|---|
Osteoartrite | 50 | Dor ao mexer, rigidez breve | Desgaste |
Artrite reumatoide | Adultos jovens/médios | Rigidez prolongada, fadiga, simetria | Autoimune |
Gota | Adultos | Dor súbita, intensa | Cristais de ácido úrico |
Artrite séptica | Qualquer idade | Dor, febre, muito inchaço | Infecção |
Como os sintomas costumam aparecer (e o que significam)
Padrões comuns:
- Dor: pior ao mexer (OA) ou constante e intensa pela manhã (AR).
- Rigidez: especialmente matinal em doenças inflamatórias.
- Inchaço: sinal de inflamação.
- Vermelhidão e calor: em artrites infecciosas ou ativas.
- Perda de movimento e, com tempo, deformidade.
- Fadiga em doenças autoimunes; febre pode indicar infecção.
Observe limitações nas atividades diárias (abrir um pote, subir escadas, usar o celular).
Diagnóstico: passo a passo
O caminho típico na consulta:
- Anamnese: histórico e descrição da dor;
- Exame físico: busca de dor, inchaço e limitação;
- Exames de sangue: PCR, VHS; FR, anti-CCP; ácido úrico quando indicado;
- Imagem: raio‑X (desgaste), ultrassom ou ressonância (inflamação, cartilagem);
- Punção articular: análise do líquido para bactérias, cristais ou sinais de inflamação.
Esses passos identificam o tipo e a gravidade da artrite.
Fatores que aumentam sua chance de ter artrite
Risco maior se houver:
- Idade avançada;
- Sobrepeso/obesidade;
- Lesões prévias;
- Atividades repetitivas;
- História familiar;
- Tabagismo (associado à AR);
- Infecções prévias.
Quando buscar ajuda especializada
Procure um reumatologista se:
- Dor ou inchaço persistirem;
- Houver febre com dor articular;
- Perda de função;
- Sintomas piorarem apesar de cuidados básicos.
Seja honesto sobre rotina, medicamentos e histórico — isso facilita o diagnóstico.
Tratamentos: objetivo e opções
Objetivos: reduzir dor, preservar função e evitar dano.
Opções:
- Medicamentos;
- Exercício e fisioterapia;
- Perda de peso quando indicada;
- Órteses e apoios (tala, bengala);
- Injeções intra‑articulares (corticóide, ácido hialurônico);
- Cirurgia (prótese, artroscopia, fusão);
- Mudanças no estilo de vida (dieta, sono, parar de fumar).
O plano depende do tipo de artrite e da gravidade.
Medicamentos usados com mais frequência
Nunca se automedique. Principais classes:
- Analgésicos simples: paracetamol, dipirona;
- AINEs: ibuprofeno, naproxeno;
- Corticóides: em crises ou por injeção local;
- DMARDs (modificadores de doença): metotrexato, sulfassalazina, leflunomida;
- Biológicos e imunomoduladores: para doenças autoimunes refratárias;
- Medicamentos para gota: colchicina (crise), alopurinol (manutenção);
- Suplementos: condroitina e glucosamina têm evidências limitadas.
Siga sempre a orientação do seu médico; não pare ou mude doses sem consultar.
Mudanças no dia a dia que ajudam
Pequenas atitudes fazem grande diferença:
- Perder peso para reduzir carga articular;
- Exercício regular, incluindo atividades de baixo impacto (natação, caminhada, bicicleta);
- Fortalecimento muscular e alongamento;
- Boa postura e ergonomia;
- Sono adequado e controle do estresse;
- Alimentação equilibrada com alimentos anti‑inflamatórios.
Considere essas ações parte do tratamento.
Fisioterapia: o que esperar
O fisioterapeuta pode:
- Ensinar exercícios de força e alongamento;
- Aplicar técnicas para reduzir dor (calor, frio, eletroterapia);
- Orientar postura e movimentos para poupar articulações;
- Indicar órteses e adaptações.
Faça os exercícios em casa conforme combinado — traz resultados reais.
Procedimentos e cirurgias: quando são necessários
Possíveis intervenções:
- Injeção de corticoide para inflamação local;
- Injeção de ácido hialurônico no joelho com OA;
- Artroscopia para casos selecionados;
- Prótese articular (substituição) em articulações muito danificadas;
- Fusão articular em articulações pequenas com dor severa.
Avaliação de riscos e benefícios é essencial.
Tem cura?
Depende do tipo:
- Algumas formas têm cura quando a causa é tratável (ex.: artrite infecciosa tratada com antibiótico).
- Muitas são crônicas (osteoartrite, AR), mas há tratamentos que levam à remissão.
- O foco é controlar sintomas, proteger articulações e melhorar qualidade de vida.
Seguir tratamento e mudanças de vida aumenta muito as chances de viver bem.
Convivendo com artrite: dicas práticas
Adaptações úteis:
- Ferramentas com cabo largo para abrir potes;
- Calçados confortáveis com boa absorção;
- Pausas curtas em tarefas repetitivas;
- Rampas, corrimãos e apoios em casa;
- Planejar tarefas mais pesadas para quando estiver com mais energia;
- Grupos de apoio ou terapia para lidar com dor crônica.
Pequenas mudanças tornam a rotina mais fácil.
Complicações possíveis se não tratada
Sem controle, a artrite pode causar:
- Lesão permanente e perda de função;
- Deformidades nas mãos e pés;
- Aumento do risco cardiovascular em alguns tipos (ex.: AR);
- Osteoporose por imobilidade ou uso prolongado de corticoides;
- Infecções em articulações comprometidas.
O tratamento precoce reduz esses riscos.
Perguntas frequentes — respostas diretas
- Posso parar de trabalhar?
Nem sempre. Ajustes e adaptações no trabalho costumam permitir continuar. Converse com médico e empregador.
- Remédios naturais funcionam?
Alguns aliviam sintomas, mas não substituem tratamento médico. Consulte seu médico antes de iniciar suplementos.
- Exercício vai piorar?
Não quando orientado. Exercícios adequados melhoram dor e função.
- A artrite é contagiosa?
Não; apenas a artrite infecciosa envolve microrganismos, mas não se “passa” artrite como doença crônica.
- Quando devo procurar emergência?
Se houver febre alta, perda súbita de movimento ou dor intensa após trauma.
Como se preparar para a consulta médica
Leve:
- Lista de sintomas e início;
- Lista de medicamentos em uso;
- Histórico familiar;
- Fotos de deformidades, se houver;
- Perguntas que quer fazer.
Quanto mais informação, melhor o plano de tratamento.
Onde buscar informação confiável
Consulte fontes reconhecidas:
- Sociedade Brasileira de Reumatologia;
- Ministério da Saúde;
- Manuais médicos reconhecidos (ex.: MSD Manual).
Evite fóruns sem fontes confiáveis e leve dúvidas ao seu médico.
Um recado final
A artrite não precisa limitar sua vida se você agir cedo. Procure ajuda, siga o tratamento e adote mudanças no dia a dia. Há opções eficazes para reduzir dor, preservar função e buscar remissão. Você não está sozinho.
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