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Hepatite: entenda o que é, sintomas, transmissão, diagnóstico, tratamento e prevenção
Neste texto você vai entender de forma simples o que é hepatite e por que ela atinge o seu fígado. Veja as diferenças entre os tipos, os principais sintomas, como ocorre a transmissão, como é feito o diagnóstico, e quais são os tratamentos, formas de prevenção e o papel das vacinas. Assim você pode reconhecer sinais, evitar riscos e cuidar melhor da sua saúde.
- Hepatite = inflamação do fígado por vírus, álcool, remédios, metabolismo ou autoimunidade.
- Hepatite A: transmitida por água/ alimentos contaminados.
- Hepatite B e C: transmitidas principalmente por sangue e fluidos.
- Sintomas comuns: fadiga, náusea, vômito, icterícia (pele/olhos amarelados).
- Tratamento varia: repouso, antivirais, suspender álcool ou remédio, terapias imunossupressoras, ou transplante em casos graves.
- Prevenção: vacinas (A e B), higiene, sexo seguro e não compartilhar agulhas.
Hepatite: o que você precisa saber agora
O fígado trabalha o tempo todo: filtra o sangue, produz proteínas, armazena energia e metaboliza substâncias. Quando inflamado (hepatite), essas funções ficam comprometidas. Reconhecer sinais e agir cedo pode evitar complicações graves, como cirrose e câncer de fígado.
O que é a hepatite? (básico)
- Hepatite = inflamação do fígado.
- Causas: vírus (A, B, C), álcool, medicamentos tóxicos, autoimune ou acúmulo de gordura (NASH).
- Consequências: desde sintomas leves até insuficiência hepática e cirrose.
Tipos de hepatite
Virais (mais comuns)
- Hepatite A (HAV)
- Hepatite B (HBV)
- Hepatite C (HCV)
Não transmissíveis (ou menos transmissíveis)
- Hepatite alcoólica
- Hepatite medicamentosa
- Hepatite autoimune
- Esteato-hepatite não alcoólica (NASH)
Como ocorre a transmissão
- Hepatite A: via fecal-oral — água e alimentos contaminados; contato íntimo sem proteção.
- Hepatite B: por sangue e fluidos corpóreos — seringas, tatuagens/piercings sem esterilização, relação sexual sem preservativo, perinatal.
- Hepatite C: principalmente por sangue — uso de drogas injetáveis, materiais não esterilizados; transmissão sexual menos comum.
- Alcoólica/medicamentosa/autoimune/NASH: não transmissíveis entre pessoas; ligadas a hábitos ou processos internos.
Sintomas: sinais que o corpo pode mostrar
A hepatite pode ser silenciosa ou sintomática. Fique atento a:
- Fadiga intensa
- Icterícia (pele e olhos amarelados)
- Urina escura e fezes claras
- Náuseas, vômitos
- Dor no abdômen (lado direito)
- Perda de apetite
- Febre
- Coceira (em alguns casos)
Por tipo:
- Hepatite A: frequentemente leve ou assintomática; recuperação espontânea em semanas.
- Hepatite B: pode ser assintomática; risco de evolução para cronicidade.
- Hepatite C: frequentemente silenciosa por anos; alto risco de evolução crônica.
- Hepatite alcoólica/medicamentosa: sintomas semelhantes, com história de consumo ou exposição.
- Autoimune/NASH: quadro insidioso; NASH associada a obesidade, diabetes e dislipidemia.
Diagnóstico
Procure um médico se houver sinais ou fatores de risco. Avaliação típica:
- Exames de sangue: transaminases (AST, ALT), bilirrubinas, albumina.
- Sorologias: marcadores para HAV, HBV, HCV.
- Marcadores autoimunes quando indicado.
- Ultrassom abdominal para avaliar tamanho, gordura e lesões.
- Biópsia hepática somente quando necessário para avaliar grau de dano.
- História clínica: álcool, medicamentos, tatuagens, transfusões, práticas sexuais.
Hepatite crônica
Inflamação que persiste por ≥ 6 meses é considerada crônica. Riscos:
- Fibrose e cirrose
- Aumento do risco de câncer de fígado
- Necessidade de tratamento e monitoramento a longo prazo
Detecção precoce e tratamento reduzem complicações.
Tratamento por tipo
- Hepatite A: sem antivirais específicos; suporte (repouso, hidratação, evitar álcool e remédios hepatotóxicos).
- Hepatite B: suporte na fase aguda; antivirais em muitos casos crônicos; transplante em casos avançados.
- Hepatite C: antivirais modernos com alta taxa de cura (terapia guiada por médico).
- Hepatite autoimune: imunossupressores para controlar inflamação.
- Hepatite medicamentosa: suspender a medicação suspeita; suporte e, se grave, possível transplante.
- Hepatite alcoólica: interromper álcool imediatamente; suporte nutricional, tratamento da dependência e, em casos selecionados, corticoterapia.
- NASH: mudanças no estilo de vida — perda de peso, controle do diabetes e do colesterol, exercício regular; tratamentos farmacológicos em estudo.
Prevenção: medidas práticas
- Vacine-se: vacinas eficazes para Hepatite A e Hepatite B.
- Higiene: lavar mãos, evitar água/alimentos de procedência duvidosa.
- Sexo seguro: usar preservativo.
- Não compartilhe agulhas ou objetos cortantes (lâminas, alicates).
- Exija esterilização em tatuagens, piercings e procedimentos invasivos.
- Modere consumo de álcool ou evite.
- Use medicamentos com cuidado; informe seu médico sobre suplementos e fitoterápicos.
- Bancos de sangue e serviços de saúde realizam triagem para reduzir riscos.
Vacinas
- Vacina contra Hepatite A: indicada em programas de saúde pública e em situações de risco.
- Vacina contra Hepatite B: segura e amplamente oferecida; protege contra transmissão perinatal e sexual.
- Não há vacina para Hepatite C atualmente.
Verifique seu histórico vacinal com um profissional de saúde.
Comparação rápida: Hepatite A vs B vs C
Aspecto | Hepatite A | Hepatite B | Hepatite C |
---|---|---|---|
Transmissão comum | Água/alimentos contaminados | Sangue, fluidos, relação sexual, perinatal | Sangue (injeções, transfusão) |
Evolução típica | Aguda, cura espontânea | Aguda ou crônica | Alta chance de crônica |
Vacina disponível | Sim | Sim | Não |
Tratamento específico | Não (suporte) | Antivirais na crônica | Antivirais com alta taxa de cura |
O que fazer se você acha que foi exposto
- Procure um serviço de saúde rapidamente.
- Informe sobre o tipo de exposição (agulha, sexo sem preservativo, transfusão, viagem, alimentação).
- Realizam-se exames e, quando indicado, profilaxia com imunoglobulina ou vacina.
- Iniciar tratamento precoce quando indicado reduz riscos.
Monitoramento
Se diagnosticado ou com fatores de risco, o médico pode solicitar:
- Exames de sangue periódicos (enzimas hepáticas e marcadores virais).
- Ultrassom hepático periódico.
- Avaliação para sinais de cirrose (varizes, ascite).
- Rastreamento para carcinoma hepatocelular em casos crônicos.
Seguir o plano médico evita complicações.
Mitos e verdades
- Mito: Hepatite é sempre contagiosa. — Nem sempre; formas como alcoólica e autoimune não são transmissíveis.
- Mito: Se não sinto nada, estou bem. — Muitas hepatites são silenciosas por anos.
- Verdade: Vacinas protegem contra A e B.
- Verdade: Parar álcool e cuidar da alimentação reduzem o risco de dano hepático.
Quando procurar o médico (urgência)
Procure ajuda imediata se houver:
- Icterícia evidente.
- Vômitos intensos e contínuos.
- Confusão mental ou sonolência incomum (sinais de insuficiência hepática).
- Sangramentos fáceis ou inchaço abdominal com dificuldade para respirar.
Para sintomas leves, agende consulta; para graves, procure emergência.
Atitudes práticas que você pode adotar hoje
- Verifique seu cartão de vacina.
- Não compartilhe itens pessoais de risco (lâminas, escovas de dente).
- Se consome álcool, avalie reduzir ou buscar ajuda.
- Peça exames de sangue se teve riscos (tatuagem recente, transfusão, injeções não descartáveis, sexo de risco).
- Controle peso, diabetes e colesterol para reduzir risco de NASH.
O que a ciência diz (resumido)
Prevenção, diagnóstico precoce e tratamento correto melhoram muito o prognóstico. Avanços nos antivirais para Hepatite C e nas vacinas para A e B transformaram o manejo dessas doenças, mas ainda existem muitas pessoas sem diagnóstico. Informação e ação são essenciais.
Perguntas frequentes (respostas rápidas)
- Hepatite sempre vira cirrose?
Não. Muitas pessoas não evoluem para cirrose se houver diagnóstico e tratamento adequados.
- Posso doar sangue se tive hepatite?
Depende do tipo e dos resultados dos exames. Consulte o banco de sangue.
- Gravidez e hepatite?
Hepatite B pode ser transmitida ao bebê; existem medidas para reduzir muito esse risco. Informe o obstetra.
- Suplementos naturais fazem mal ao fígado?
Alguns podem ser tóxicos. Informe sempre seu médico sobre tudo que toma.
Conclusão
Hepatite é inflamação do fígado causada por vírus, álcool, remédios, gordura ou autoimunidade. Fique atento a sintomas como fadiga, icterícia e urina escura, mas saiba que a doença pode ser silenciosa. A melhor defesa é prática: vacinação (A e B), higiene, sexo seguro, não compartilhar agulhas e cuidado com medicamentos. Em caso de risco ou sinais, procure um médico: diagnóstico precoce e tratamento mudam tudo.
Pense no seu fígado como um motor: cuide do combustível e da manutenção. Pequenas medidas hoje evitam grandes problemas amanhã.
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