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Se você sofre com dores de cabeça fortes, este texto é para você. Aqui você vai entender de forma clara o que é a enxaqueca, como reconhecer os principais sintomas, quais gatilhos podem provocar crises e que tratamentos existem para aliviar ou prevenir. A matéria explica também os diferentes tipos, o que é a aura, quando procurar um médico e como cuidar do seu dia a dia para conviver melhor com a dor.
- Enxaqueca: dor de cabeça primária, pulsante e incapacitante
- Causas ligadas a genes e alterações cerebrais; gatilhos variam por pessoa
- Tipos: com aura e sem aura; aura traz sinais visuais e maior risco vascular
- Procure médico; tratamentos incluem remédios para crise e prevenção
- Evite gatilhos, siga orientação médica e use medidas como compressas e descanso
Enxaqueca: o que você precisa saber agora
Já sentiu uma dor tão forte que paralisa seu dia? Essa dor pode ser enxaqueca. A seguir, explico de forma direta o que é, por que acontece, os tipos, sinais, diagnóstico, tratamentos e medidas práticas para aliviar e prevenir crises.
O que é a enxaqueca?
A enxaqueca é uma dor de cabeça tipicamente pulsante, frequentemente intensa e às vezes incapacitante. Tem origem no sistema nervoso e costuma ter componente genético. Pode ser unilateral ou bilateral e vem acompanhada de náusea, vômito e sensibilidade à luz, som e cheiros.
Nem toda dor de cabeça é enxaqueca:
- Primária: a dor é a própria doença (ex.: enxaqueca).
- Secundária: a dor é sinal de outro problema (ex.: cefaleia secundária).
Por que a enxaqueca acontece?
A explicação completa ainda não é definitiva, mas o mecanismo geral envolve:
- Células nervosas mais hiperexcitáveis no cérebro.
- Resposta a gatilhos que altera vasos sanguíneos e nervos cranianos.
- Sequência de contração seguida de dilatação vascular e liberação de substâncias (p.ex. serotonina) que geram dor e sensibilidade.
Em resumo: sinais neurais disparam, vasos mudam e surge a dor.
Gatilhos: o que pode provocar uma crise
Os gatilhos são individuais, mas os mais comuns são:
- Luz forte ou cintilante
- Cheiros fortes
- Som alto
- Falta de sono ou mudanças no padrão de sono
- Estresse emocional ou físico
- Certos alimentos (queijos envelhecidos, chocolate, processados)
- Cafeína em excesso ou suspensão brusca
- Jejum ou mudanças alimentares
- Mudanças hormonais (menstruação)
- Álcool
Mantenha um diário para identificar seus gatilhos.
Tipos de enxaqueca
Principais variações para reconhecer:
Tipo | Principais sinais | Duração típica |
---|---|---|
Enxaqueca com aura | Sinais neurológicos antes da dor (visuais, sensoriais) | Aura: minutos–1h; dor: 4–72 h |
Enxaqueca sem aura | Dor clássica sem aviso neurológico | 4–72 h |
Enxaqueca crônica | Dor ≥15 dias/mês | Crônica |
Hemiplégica | Fraqueza temporária em um lado do corpo | Horas–dias |
Retiniana | Perda temporária da visão em um olho | Minutos–horas |
Vestibular | Tontura/vertigem predominantes | Minutos–dias |
Menstrual | Ligada ao ciclo menstrual | Dias ao redor da menstruação |
Enxaqueca com aura
Se você vê luzes, linhas em ziguezague ou sente formigamento antes da dor, trata-se de aura. A aura costuma desaparecer antes ou quando a dor começa, mas pode ser alarmante por causar sintomas neurológicos.
Enxaqueca sem aura
Tipo mais comum: dor surge sem sinais prévios. Náusea e fotofobia são frequentes.
Enxaqueca crônica
Quando há dor ≥15 dias/mês. Exige tratamento especializado e cuidado com o uso excessivo de medicamentos.
Hemiplégica
Pode simular um AVC (fraqueza unilateral). Procure atendimento se ocorrer.
Retiniana
Perda temporária ou embaçamento da visão em um olho — procure médico.
Vestibular
Tontura ou vertigem, com ou sem dor de cabeça.
Menstrual
Associada à queda de estrogênio; aparece antes ou durante a menstruação.
Sintomas comuns da enxaqueca
Você pode apresentar alguns ou vários destes sinais:
- Dor pulsante, geralmente intensa
- Náusea e vômito
- Fotofobia (sensibilidade à luz)
- Fonofobia (sensibilidade ao som)
- Sensibilidade a cheiros
- Fadiga e irritabilidade antes e depois da crise
As quatro fases da crise
Nem todo paciente passa por todas as fases, mas é útil conhecê-las:
- Premonitória (pródromo): fadiga, irritabilidade, bocejos — até 72 horas antes.
- Aura: sinais visuais ou sensoriais — minutos a 1 hora.
- Dor (cefaleia): fase mais sintomática — 4 a 72 horas sem tratamento.
- Pósdromo: cansaço e mal-estar por até 48 horas.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico é majoritariamente clínico: o médico avalia sintomas, frequência, gatilhos, histórico familiar e uso de medicamentos. Exame neurológico é feito para descartar causas secundárias; exames de imagem são solicitados quando há sinais preocupantes.
Diagnóstico de enxaqueca com aura
Geralmente requer ao menos duas crises com aura típica (visuais, sensoriais, de fala).
Quando procurar ajuda médica?
Consulte um médico se:
- A dor for muito intensa e diferente do habitual
- Vier acompanhada de fraqueza, confusão, dificuldade de fala ou perda de visão persistente
- Durar mais de 72 horas sem melhora
- Você precisa usar remédios muitas vezes por mês
- A enxaqueca atrapalha trabalho, estudos ou vida social
Procure diagnóstico e tratamento adequados — não deixe para depois.
Tratamento: o que pode ajudar durante uma crise
O tratamento imediato costuma ser medicamentoso, associado a medidas não farmacológicas. Somente o médico pode indicar a medicação adequada.
Medicamentos que o médico pode indicar
- Analgésicos comuns (com orientação médica)
- Antiinflamatórios (uso cauteloso)
- Antieméticos (para náusea)
- Triptanos: específicos para interromper crises quando tomados no início
- Em casos graves, administração intravenosa em ambiente hospitalar
Importante: NÃO SE AUTOMEDIQUE. Uso frequente de analgésicos pode causar efeito rebote (cefaleia por abuso).
Tratamento não medicamentoso que pode aliviar
- Ficar em local escuro e silencioso
- Aplicar compressa fria ou quente na cabeça/nuca (veja o que funciona para você)
- Repouso e sono curto
- Hidratação adequada
- Técnicas de relaxamento, massagem e biofeedback
- Acupuntura e algumas terapias complementares podem ajudar em alguns casos
Prevenção: o que você pode fazer para evitar crises
Se crises são frequentes, o médico pode prescrever medicação preventiva. Além disso, medidas práticas ajudam muito:
- Rotina regular de sono
- Refeições regulares; evite jejum
- Identificar e evitar gatilhos (use diário de dor)
- Atividade física regular e moderada
- Reduzir estresse com técnicas de relaxamento
- Evitar uso excessivo de analgésicos
Medicamentos preventivos
Classes usadas:
- Betabloqueadores
- Antidepressivos em doses baixas
- Anticonvulsivantes
- Medicamentos para tontura em casos específicos
- Anticorpos monoclonais anti‑CGRP (nova geração para enxaqueca incapacitante)
A escolha depende de gravidade, contraindicações e comorbidades.
Como aliviar a enxaqueca no dia a dia
Ao início da crise:
- Vá para um local escuro e silencioso
- Aplique compressa fria na testa ou nuca
- Tome o remédio indicado o quanto antes (se já tiver orientação)
- Evite cheiros fortes e ruídos
- Deite e descanse; hidrate-se aos poucos
- Evite esforço físico
Se nada funcionar em 72 horas, busque atendimento — crise prolongada pode evoluir para status migranoso, que precisa de tratamento hospitalar.
Viver com enxaqueca: conviver e prognóstico
É possível aprender a conviver e reduzir frequência/intensidade:
- Mantenha um diário das crises: hora, duração, alimentos, sono, humor
- Consulte neurologista regularmente se as crises forem frequentes
- Evite uso contínuo de analgésicos sem orientação — podem agravar o quadro
- Informe família e colegas para que compreendam suas limitações
Complicações possíveis
A maioria das enxaquecas não causa dano permanente, mas atenção:
- Enxaqueca crônica pode diminuir muito a qualidade de vida
- Uso excessivo de medicamentos pode causar dor por rebote
- Enxaqueca com aura tem risco ligeiramente maior de eventos vasculares (ex.: AVC) — controle tabagismo, pressão alta e avalie risco associado ao uso de anticoncepcionais
Dicas práticas e rápidas que você pode aplicar hoje
- Tenha o remédio de crise à mão, se indicado pelo médico
- Durma bem e no mesmo horário
- Faça refeições regulares
- Beba água ao longo do dia
- Evite exposição prolongada a telas sem pausas
- Identifique três gatilhos prováveis e tente eliminá‑los por algumas semanas
Buscando o especialista: o que perguntar ao médico
Leve respostas para:
- Quando começaram as crises?
- Quantos dias por mês você tem dor?
- Como é a dor (lado, intensidade, tipo)?
- Tem náusea, vômito, fotofobia, fonofobia?
- Sente formigamento ou alterações visuais antes da dor?
- Que remédios já usou e com que resultado?
- Há histórico familiar de enxaqueca?
Essas informações ajudam a definir tratamento e prevenção.
Conclusão
Você agora tem um mapa básico sobre a enxaqueca: definição, sintomas, gatilhos e opções de tratamento. Identificar seus gatilhos — com um diário — é crucial. Mantenha sono, alimentação e hidratação regulares. Evite automedicação e abuso de analgésicos (risco de efeito rebote). Procure médico quando as crises forem intensas, frequentes ou acompanhadas de sinais neurológicos. Com acompanhamento e mudanças simples, é possível reduzir frequência e intensidade das crises. Quer se aprofundar? Leia mais em https://jornalsaudebemestar.com.br.
Perguntas frequentes
- O que é enxaqueca e como ela difere da dor de cabeça comum?
Enxaqueca é uma dor intensa e pulsante, frequentemente unilateral, associada a náusea e sensibilidade à luz e som. Dor de cabeça comum tende a ser menos intensa e bilateral.
- Quais são as causas e os gatilhos mais comuns?
A causa envolve predisposição genética e alterações cerebrais. Gatilhos: estresse, sono ruim, certos alimentos, luz forte e variações hormonais.
- Quais os principais tipos e o que é aura?
Tipos: com aura, sem aura, crônica, vestibular, hemiplégica, retiniana, menstrual. Aura são sinais visuais ou sensoriais antes da dor (flashes, formigamento).
- Como aliviar uma crise no momento?
Vá para um local escuro e silencioso, use compressa fria/quente, hidrate-se e tome o remédio indicado pelo médico o quanto antes.
- Quando devo procurar um médico e quais tratamentos existem?
Procure se a dor for muito forte, mudar de padrão ou vir com perda de visão/fraqueza. Tratamentos: analgésicos, anti‑inflamatórios, triptanos, medicação preventiva e mudanças no estilo de vida.